Blog do Vitor Germano

A virada do ano é uma data importante para muitas pessoas, sejam elas cristãs ou não. Para os cristãos, a pergunta é: o que podemos comemorar nessa data? Há algum mandamento na Bíblia para esse tipo de comemoração? A Bíblia não nos obriga a comemorar a virada do ano. Não há nenhuma prescrição bíblica para isso. Da mesma forma, não há recomendação para celebrarmos o Natal, o nascimento de Cristo, nem mesmo nossos aniversários. No entanto, isso não significa que não possamos nos alegrar e festejar essas importantes datas. Elas nos fornecem motivos especiais para nos lembrarmos de dádivas especiais recebidas do Senhor. O nascimento de Cristo é uma data especial porque celebramos a chegada do Salvador ao mundo.  Mais um ano de vida é também uma dádiva especial. É um momento para agradecermos a Deus por todas as coisas boas que nos aconteceram, pela saúde e oportunidade de desfrutarmos mais um ano. A Páscoa é uma data ainda mais especial, pois celebramos a ressurreição de Cristo. É celebrad

  Sete vezes por dia te louvarei, porque teus estatutos são justos. Salmo 119.164 O versículo "Sete vezes no dia te louvo pelas tuas justas ordenanças" brilha no texto bíblico  com um simbolismo profundo. A frequência específica de "sete vezes" atrai nosso olhar para o significado dentro do contexto hebraico. Essa cifra, enraizada na criação bíblica, onde Deus descansou no sétimo dia, adquire um matiz de plenitude e totalidade. O salmista, ao proclamar seu louvor sete vezes ao dia, busca abarcar todos os momentos e dimensões da vida com esse ato de devoção. Nesse contexto, emerge a centralidade do conceito de "justiça divina". A justiça de Deus é um pilar teológico tanto no Antigo quanto no Novo Testamento da Bíblia. Refere-se à qualidade divina que governa a ordem ética e moral do universo, estabelecendo um padrão inegociável que deve ser seguido por todas as criaturas. Deus, ao revelar suas ordenanças justas, fornece diretrizes que orientam a humanidade,

Abomino e detesto a mentira; porém amo a tua lei .    Salmos 119.163       Todos nós mentimos, cada vez mais e com maior frequência. A mentira é uma prática comum na sociedade atual, onde a verdade é relativizada e a honestidade é vista como uma fraqueza. Em nenhuma época estivemos imunes ao poder de sedução da mentira, mas em nossos dias as coisas estão fora de controle neste sentido. Mentir é uma banalidade.  As estatísticas mostram que mentimos com frequência e sem nenhum remorso, o que indica uma degeneração moral sem precedentes. A mentira pode ter várias causas, mas nenhuma delas justifica a sua prática. O medo, a insegurança, pressão externa, ganhos e vantagens ou razões patológicas. Nenhuma delas pode justificar a falsidade, mas explicam.  As estatísticas nos mostram que mentimos cerca de 200 vezes por dia e em média uma vez a cada 5 minutos. As mentiras podem variar de falsos elogios até desculpas esfarrapadas e mentiras descaradas.  É importante ressaltar que a mentira po

A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra. Salmo 119.25  Ao ler o Salmo, senti a exaustão do salmista. Devia estar carregando um peso terrível. Mas por que diz que sua alma está presa ao pó? Embora não saibamos a resposta, sabemos que ele tinha esperança de ser restaurado, conforme a promessa do Senhor. Como disse o Pai da Igreja Santo Agostinho, "os salmos são espelhos de nossa alma, e neles podemos ver refletidas as nossas próprias emoções". Porque a alma do autor está ligada ao pó? Não sabemos ao certo, mas sabemos que ele tinha esperança de ser restaurado, como afirmou o Pai da Igreja São Jerônimo: "a esperança é o fio de ouro que deve ser tecido em toda a trama da nossa vida".   Quando o salmista diz que sua alma está aberta ao pó, ele está dizendo que ela foi colocada lá, foi abatida. Como ensinou Santo Agostinho, "nós somos todos como o salmista, sofrendo com o peso das nossas próprias fraquezas". Talvez tenha sido derru

Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos.  Salmos 119:162 Encontrar dinheiro na rua é uma experiência comum, quem nunca pegou alguma moeda? Muitos de nós já experimentamos a emoção de achar uma nota de valor menor, outros encontram valores mais importantes, mas poucos encontram uma grande quantia. Eu mesmo, há cerca de 15 anos, perdi R$200,00 que havia separado no bolso da minha bermuda. Na primeira loja em que entrei, percebi que havia perdido o dinheiro. Fiquei triste, mas se tivesse pensado melhor no valor do dinheiro, teria guardado com mais cuidado.   Infelizmente, nem todos compreendem o verdadeiro valor da Palavra de Deus. Muitos recebem o evangelho gratuitamente e com ele todos os benefícios da salvação, mas por ser de graça, muitos não valorizam. No entanto, o salmista entendeu que havia recebido uma grande promessa de Deus e que essa promessa era como um tesouro para ele.   Devemos encontrar alegria nas promessas de Deus, exaltar a sua Palavra e dedic

  Príncipes me perseguiram sem causa, mas o meu coração temeu a tua palavra". Salmos 119.161 O salmista conhecia muito bem a perseguição. Em todo salmo 119 percebemos esta angustiante situação provavelmente por parte de governantes ou líderes políticos ( por isso poderosos) . Por exemplo, no versículo 23, o salmista fala sobre os príncipes se reunindo contra ele. No versículo 42, ele fala sobre aqueles que o humilham e o insultam. No versículo 51, ele fala sobre os arrogantes o oprimindo. Mas para ele só havia uma escolha, ou temia aos poderosos ou temia a Deus. Não há como temer os dois. Ou Deus é soberano e cuida dos que são seus ou os inimigos são soberanos, estão no controle da situação e, neste último caso, ele estaria perdido. Porém, mesmo sendo perseguido, o salmista não temeu aos poderosos, mas sim a Palavra de Deus. Isso mostra a importância que ele dava à lei do Senhor e sua confiança nela. Ele fez uma escolha importante. Sua escolha foi correta, pois sabia que nada po

A questão da ordenação feminina para o exercício do ministério pastoral tem sido muito discutida.  Se temos líderes mulheres na política, na ciência e nas artes, por que não na igreja?  Essa pergunta precisa ser respondida A pergunta é respondida de diferentes formas por dois grupos principais no protestantismo atual:  o Igualitarismo e o Complementarismo. O igualitarismo propõe que Deus criou tanto o homem quanto a mulher como iguais, e que a submissão feminina foi uma consequência da queda, como uma punição divina. Através de Cristo, essa punição é anulada, permitindo que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens de ocupar cargos de liderança e pastorado na igreja.    É extremamente importante destacar que os defensores do igualitarismo não estão apenas buscando justiça e equidade, mas sim lutando contra uma opressão histórica que tem sido perpetuada na igreja e na sociedade. Eles baseiam seus argumentos nas Escrituras, que claramente mostram que as mulheres desempenharam

Neste texto, abordaremos a distinção entre uma experiência emocional vazia e o avivamento pessoal que é essencial para todo cristão. Entendo que a presença do Espírito Santo é muito mais do que uma mera experiência, pois é um processo contínuo que se desenvolve na vida do verdadeiro cristão, tornando-se evidente em seu caráter interior. De acordo com Lloyd-Jones em sua obra "A Vida no Espírito", o batismo no Espírito é uma capacitação de poder concedida com o objetivo de realizar uma tarefa específica. Para exemplificar, o autor menciona passagens bíblicas como Êxodo 31:2-4, Lucas 1:15, Lucas 1:41-42 e Lucas 1:67. Dessa forma, fica evidente que a investidura de poder é algo significativo e consciente na vida do cristão. Uma imagem que aprecio para ilustrar a necessidade de avivamento na comunidade cristã é a de uma vela prestes a se apagar, cujo calor é mínimo, imperceptível e tímido. Contudo, quando alguém coloca um fósforo ardendo em seu pavio, a chama é reacendida, il

E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição. Atos 17.18 Atos 17:18 é um versículo interessante no contexto do discurso de Paulo em Atenas, onde ele está pregando o evangelho para um grupo de filósofos gregos no Areópago. Neste verso, alguns dos filósofos Epicureus e Estoicos começam a zombar de Paulo, quando ele começa a falar sobre Jesus e a ressurreição. Grosso modo, os Epicureus eram filósofos que acreditavam na busca do prazer como a principal finalidade da vida, enquanto os Estoicos acreditavam em viver de acordo com a razão e na conformidade com a ordem divina. Ambos  consideravam a ideia de uma ressurreição como algo absurdo e improvável, e é por isso que eles começam a ridicularizar Paulo quando ele menciona isso. No entanto, o fato de que Paulo estava pregando sobre a ressurreição já era um sinal de como ele est

Colossenses 2.2,3 2 Esforço-me para que eles sejam fortalecidos em seus corações, estejam unidos em amor e alcancem toda a riqueza do pleno entendimento, a fim de conhecerem plenamente o mistério de Deus, a saber, Cristo. 3 Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Mistérios e riquezas de Deus. Este texto é maravilhoso em profundidade A palavra grega traduzida como "plenitude da convicção da compreensão" é πληροφορία (plērophoria), que é derivada de duas palavras gregas: πλήρης (plērēs), que significa "cheio" ou "completo", e φορέω (phoreō), que significa "carregar" ou "suportar". Juntas, essas palavras indicam uma plenitude ou abundância de conhecimento ou entendimento.   A expressão "conhecer o mistério de Deus, Cristo", é uma alusão ao conhecimento que é revelado em Cristo. "mistério" (μυστήριον, mystērion) se refere a algo que antes era desconhecido e oculto, mas que agora é revel

  A visão amilenista do livro do Apocalipse, difere de outras formas de ver o livro especialmente no fato de que  é baseada na interpretação de que o milênio mencionado no capítulo 20 do livro é simbólico e não literal. Em outras palavras, não haverá um reino físico de mil anos na terra após a segunda vinda de Cristo como defendem especialmente os Dispensacionalistas. Em vez disso, a visão amilenista vê este livro como uma revelação acompanhada da luta entre o bem e o mal na história da igreja. O livro descreve a vitória de Cristo sobre Satanás e seu domínio sobre a humanidade, culminando na segunda vinda de Cristo e no julgamento final. Neste momento ocorre a vitória final de Cristo sobre Satanás e os julgamentos finais. De acordo com a visão amilenista, a igreja de Cristo é atualmente o reino de Deus na terra, e os crentes são coerdeiros com Cristo, participando de seu reino e sua vitória sobre o mal. A visão amilenista enfatiza a esperança da igreja na ressurreição e na vida ete