O mais belo e mais famoso sentimento já experimentado
pelo ser humano é também o primeiro aspecto do fruto do Espírito. Sem amor qualquer história perde o sentido,
perde a beleza. Não haveria perdão sem amor, não haveria graça sem amor, nem
compaixão, nem bondade, nenhum sentimento bom poderia ser produzido sem amor. A
convivência entre as pessoas seria insuportável sem amor. Vamos além, nem mesmo
a humanidade subsistiria sem amor. Deus criou todas as coisas num ato de
amor, também criou e moldou o homem com suas próprias
mãos, à sua imagem e semelhança, por amor. Ele não destruiu imediatamente Adão
e Eva, em sua rebelião, por causa do seu amor paciente e misericordioso.
O coração, estrutura vital do nosso corpo, é a morada
da essência do ser humano. É nele que pulsamos acelerados quando estamos
enamorados ou, por outra razão, profundamente felizes. No entanto, o verdadeiro
amor e a felicidade plena só podem ser encontrados em Cristo, o que estabelece
uma forte relação entre o amor, alegria e espiritualidade. Não é à toa que o
coração se tornou o símbolo desses sentimentos.
De outro modo, o amor não é meramente um sentimento, é
a própria essência de Deus. Quando alguém afirma que sente amor, na verdade,
está experimentando um pouco da presença divina em sua vida. Essa afirmação não
significa que essa pessoa esteja salva, pois o Senhor derrama suas bênçãos
sobre os bons e maus, justos e injustos nesta terra, conforme Mateus 5.45. A diferença é que os salvos
desfrutam desse amor em proporções grandiosas, revelando a imensidão da graça
divina em suas vidas.
Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e
confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece
em Deus, e Deus nele. 1 João 4.16
Se permanecermos em Deus, permaneceremos no amor
verdadeiro e isso nos leva a compreender que seguir o cristianismo é seguir o
exemplo supremo de amor dado por Cristo, que nos amou e se entregou por sua
Igreja. Essa prática é sinônimo de perfeição, pois o amor é a expressão mais
sublime de virtude e nos une em Cristo, formando um só corpo, cuja cabeça é
Ele.
Muitas imagens representam amor, destaco apenas uma: a
imagem que compara o amor ao cimento, que une as pessoas e as torna sólidas e
inabaláveis. De fato, o amor é a força mais poderosa do mundo, é uma força
aglutinadora que, quando experimentada em sua plenitude, nos conecta ao outro
de forma inquebrantável.
Quando amamos verdadeiramente, celebramos com o ser amado suas vitórias e conquistas, e nos entristecemos com suas dores e fracassos. O amor é capaz de fazer isso, de tornar suportável o mundo que está caído em miséria por causa do pecado. Sem amor, a humanidade seria profundamente egoísta, trapaceira, invejosa, descortês, maligna e perversa. Se ainda há algo de bom e virtuoso neste mundo, ainda que em pequena medida, isso se deve ao amor, que é a fonte de toda bondade e virtude.
Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
João 13.34,35
O amor é o mandamento de ouro, a força que impulsiona. Ele é o primeiro aspecto do fruto que habita no coração do salvo. Amar não é apenas um sentimento, mas uma virtude que transforma a vida, fazendo com que sacrifícios sejam valiosos e que o egoísmo seja repelido. O apóstolo João nos ensina que Deus é amor, e é dele que emanam todas as virtudes. É através do amor que nos tornamos reconhecidos como discípulos de Cristo, e a cada dia que amamos mais, nossa vida cristã se torna mais bela e digna de ser imitada.
Com ajuda do Espírito Santo, amamos como Cristo, somos
instrumentos de amor divino. Podemos amar aqueles que nos feriram, perdoar
aqueles que nos traíram e estender a mão para aqueles que precisam. Podemos ser
um exemplo vivo do amor de Cristo, atraindo outros para ele e mostrando que o
amor é o caminho para a verdadeira felicidade.
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