Faze resplandecer o teu rosto sobre o
teu servo, e ensina-me os teus estatutos.
Salmos 119.135
Desde cedo, na escola, aprendemos
que existem dois tipos de seres celestes, os que tem luz própria e os que não
tem luz própria. Temos o Sol, uma estrela que tem luz própria, temos a
lua e demais planetas, que não emitem luminosidade. Para serem visíveis, os
astros (planetas, satélites) precisam que uma fonte luminosa
incida sobre eles. A Ciência humana explica isso.
Também o salmista sabia muito bem que
não possuía luz própria, mas que sua vida precisava da luz que vinha de Deus
para que tivesse sentido e orientação. Sem Deus ele era invisível e
desprezível. A Bíblia explica isso.
Babilônios, assírios, cananeus, egípcios, caldeus e todos os povos antigos, entendiam que os "deuses" agiam e viviam em função deles, os homens, e que o seu povo seria o centro do universo e da criação. Para estas nações também, as constelações moviam-se ao seu redor e ao redor do nosso mundo como se estivéssemos no centro do "palco do universo". Porém, os antigos hebreus desde há muito, sabem que o homem não é o centro do universo, mas que Deus é o centro de todas as coisas.
Semelhantemente, hoje sabemos que não é a Terra o centro do Sistema
Solar, mas sim o Sol, e é assim que o
Altíssimo fez, ponto. Temos convicção que a Bíblia não desautoriza nenhuma evidência
astronômica, ela é a revelação perfeita de Deus para nossas vidas. É sabido porém que a Igreja
Medieval tentou forçar a Bíblia para encontrar indícios de que nosso planeta
estivesse no centro, mas o fato é que isso nunca pode ser provado biblicamente.
No centro do Sistema Solar está o Sol, diz a ciência e no centro de todas as
coisas está Deus, diz a Bíblia.
No Renascimento e no Iluminismo
conseguiram retirar a terra do centro do Sistema Solar, mas,
contraditoriamente, colocaram o homem
no centro de todas as coisas. Acertaram por um lado, erraram miseravelmente no outro. Retiraram a proeminência divina sobre sua criação. Sabe o que ocorreu? O
homem disse: " Que Deus não brilhe mais sobre nós, agora temos luz
própria".
A luz que o homem diz ter é a Razão,
sua capacidade de pensar e de elucubrar, de achar respostas para as coisas, de
resolver problemas. Afirma-se: O homem
tem luz e essa luz é sua racionalidade.
Essa foi uma grande tolice da
humanidade, pois os seres criados não tem luz, eles são apenas refletores da
verdadeira luz que vem de Deus. Sua razão não é plenamente autônoma, pois
quanto mais se afastam do seu Criador mais fraca é débil é refletida essa
luminosidade.
Os antigos hebreus reconheciam sua
insuficiência, sua permanente carência
da luz divina. Eles não se colocavam no centro, eles punham Deus no centro.
Quanto mais perto da luz, mais refletimos a luz!
Moisés escreveu :
O Senhor te abençoe e te guarde;
O Senhor faça resplandecer o seu
rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti;
Números 6.24,25
Este texto foi escrito muito
antes do Salmo 119, e é por isso que temos uma referência a este
texto aqui. Perceba que, assim como Moisés entendia que a maior bênção
e maior alegria seria o contemplar o resplendor da face de Deus, o salmista
compreendia que, para viver neste mundo escuro e marcado pelo pecado, ele
precisava estar iluminado pela face do Senhor, só assim ele poderia obedecer a Deus e viver.
Mas é preciso reconhecer que não
possuímos luz própria, que nossa razão é insuficiente e que somos débeis e
carentes da graça divina. Sem humildade não se pode ver a face de Deus.
A face do Senhor brilha sobre os
servos que o obedecem, aqueles que o temem com amor submisso. Isso é magnífico! Temos
exemplos maravilhosos na Bíblia de como a face resplandecente de Deus
fortaleceu seus servos nos momentos mais difíceis da jornada. Perto do centro, perto de Deus, todas as coisas resplandecem, nossos olhos podem contemplar a alegria e nosso coração o regozijo de estar próximo do Senhor.
Que o nosso coração inflame no desejo
sincero de estarmos sempre a refletir e
resplandecer o rosto do nosso Salvador.
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