Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.
1 João 5.13
Precisamos falar sobre suicídio.
Este é um assunto delicado, difícil, que exige uma posição séria e bíblica, não se pode fazer reflexões desta envergadura sem uma análise profunda.
Este é um assunto delicado, difícil, que exige uma posição séria e bíblica, não se pode fazer reflexões desta envergadura sem uma análise profunda.
Uns
dizem que o suicídio é um pecado imperdoável, outros dizem que
não. Os primeiros que afirmam que um cristão genuíno jamais
cometeria suicídio, são na maioria católicos e pentecostais. A segunda posição, assumida por grande parte
dos estudiosos reformados, afirma que os que cometem suicídio não
perdem a salvação, nem são considerados perdidos por causa deste
pecado. Qual dos dois grupos tem razão?
O
suicídio não é um pecado imperdoável?
A
Bíblia não afirma que o suicida é inevitavelmente condenado.
O suicida é um assassino, retira uma vida que lhe foi confiada, ela
não é sua, pertence a Deus. Ele mata um ser criado por Deus e que
foi criado para louvor de sua glória. Sabemos que Deus perdoou
assassinos e malfeitores.
Alguém
pode tirar sua vida, devido ao desespero, rebeldia ou disfunção
mental. Talvez haja outros motivos, não sabemos ao certo. Notemos
que não é o ato do suicídio que determina se uma pessoa não pode
adentrar no céu. Um perdido, que não recebeu a Cristo, ao
suicidar-se apenas confirma sua perdição. Um salvo ao suicidar-se
comete um grave pecado, mas não perde a salvação. A salvação não
depende disso. Não há dúvidas, não há receios, não há
condições. Os que já creram, os que confiam em Jesus estão
caminhando rumo aos céus inevitavelmente. Cristo, quando morreu
na cruz do calvário, fez provisão para todos pecados cometidos pelos
eleitos, desde o seu nascimento até sua morte. Até mesmo no caso de
um salvo, que em dado instante de crise ou fragilidade
emocional dar cabo de sua vida, esse grave pecado ainda seria
coberto pelo sacrifício de Jesus.
Mas será que alguém que decide deliberadamente que a melhor escolha é fugir da vida, deixar seus deveres e obrigações aqui na terra para com Deus e a Igreja, será que essa pessoa conhece realmente a Cristo? Será que teve um encontro com o Senhor?
Mas será que alguém que decide deliberadamente que a melhor escolha é fugir da vida, deixar seus deveres e obrigações aqui na terra para com Deus e a Igreja, será que essa pessoa conhece realmente a Cristo? Será que teve um encontro com o Senhor?
Naturalmente
não somos nós que conhecemos a mente e o coração das pessoas, mas
Deus, é ele quem poderá avaliar a condição espiritual dos que
cometem tal pecado. Não se pode julgar sobre a salvação
de ninguém, pois cada um terá que dar conta de si mesmo diante de
Deus (Romanos 14.12).
A
pergunta que fazemos então é se um salvo verdadeiramente desejaria
pecar de forma tão grosseira contra seu Criador. É o caso de
hoje em dia de questionarmos a sinceridade da fé de uma pessoa
que está decidindo por opção tão destruidora e ofensiva
contra a Deus como o pecado de assassinato, ou seja, o suicídio.
O
suicídio não é uma boa evidência de salvação.
Na
Suíça, uma decisão da Suprema Corte abriu o caminho
para a legalização da assistência ao suicídio de pacientes
mentalmente doentes. O país já permite legalmente o suicídio
assistido para outros tipos de pacientes com uma ampla faixa de
doenças e incapacidades físicas. Há países europeus que já
cogitam assistência ao suicídio para uma gama cada vez maior de
situações. Isso é abominável perante Deus e a Igreja precisa
estar bem clara sobre isso.
Vejamos
o que diz o famoso escritor cristão G. K. Chesterton, no
seu livro Ortodoxia :
“Obviamente
um suicida é o oposto de um mártir. Um mártir é um homem que se
preocupa tanto com alguma coisa fora dele que se esquece de sua vida
pessoal. Um suicida é um homem que se preocupa tão pouco com tudo o
que está fora dele que ele quer ver o fim de tudo. Um quer que
alguma coisa comece; o outro, que tudo acabe. Em outras palavras, o
mártir é nobre, exatamente porque (embora renuncie ao mundo ou
execre toda a humanidade) ele confessa esse supremo laço com a vida;
coloca o coração fora de si mesmo: morre para que alguma coisa
viva. O suicida é ignóbil porque não tem esse vínculo com a
existência: ele é meramente um destruidor. Espiritualmente, ele
destrói o universo”.
Não
podemos menosprezar a vida, nem facilitar e banalizar o suicídio,
configurando-o como um pecado comum, como uma mentira, ou soltar um
palavrão ao bater com o pé na quina do sofá. Nenhum pecado é
aceitável, mas o suicídio deve ser colocado no seu devido lugar,
como um ato de rebeldia extrema contra a vontade soberana do Deus
Criador que é o único habilitado para decidir a hora que nascemos e
morremos.
Encerrando
Para encerrar eu repito, só Deus pode julgar e avaliar se o suicida realmente era um crente em Jesus e será salvo ou não. Também não sabemos até quanto as capacidades mentais da pessoas estão realmente alteradas. Não temos nenhuma maneira de medir a conversão interior do ser humano. Porém, jamais podemos tolerar o pensamento sobre o suicídio como uma opção legítima para o crente sair desta vida. A Bíblia condena e desaprova este ato e quem ama a Deus deve procurar fugir de qualquer forma de pecado.
Publicado em 31 de julho de 2017
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