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E se eu não for tudo que Deus espera de mim? O desânimo e o amor.





Eu já lidei várias vezes com o desânimo, infelizmente acho que ainda  vou ter que lidar, durante esta curta jornada que é a vida humana. 
O desânimo  vem, ataca e me debilita, deixa-me exausto. Quem nunca passou por isso? Não temos vontade de fazer projetos, de realizar, de prosperar. Pensamos que nada vai dar certo.
 Claro que não só eu,  creio que todos os cristãos já experimentaram o sentimento de falta de forças, de impotência, especialmente em momentos de aridez espiritual. Pensamentos negativos, dúvidas, ansiedade, tudo pode aparecer junto, num redemoinho de aflição. A sensação é de falta de forças, de inutilidade. Esse desânimo geralmente está ligado com fracasso pessoal diante do pecado. São dias tenebrosos, dias escuros na vida do crente.

A  verdade é que todos nós falhamos, uns mais, outros menos, pecamos e nos sentimos mal com isso, uns mais, outros menos. Essas falhas  nos deixam envergonhados e angustiados, e o que resta é um gosto amargo a qual segue-se de uma sensação  de  que  "eu jamais conseguirei ser um bom cristão, seria melhor eu desistir".

Eu aprendi algo super importante na minha caminhada cristã. Percebi que só venceria o desânimo quando meu coração começasse a transbordar de amor. 



Vamos rever nossa jornada com Deus, venha comigo.

No princípio da jornada as coisas fluem maravilhosas, começamos um relacionamento novo e empolgante com o Criador do Universo. Estamos felizes, estamos salvos! Somos perdoados e justificados e o pecado não mais tem poder de morte sobre nós.

Em determinado momento a natureza pecaminosa recobra sua força e violência. O pecado ainda está vivo em nós. Queremos  permanecer fiéis, nos empenhamos numa luta renhida, interminável contra a condição decaída e fraca. É uma batalha ingrata, a natureza pecadora está ferida de morte e condenada, porém ainda não está  morta. A luta é frequente contra todo tipo de vaidade,   soberba,   egoísmo,   inveja,   glutonaria, a falsidade, a cobiça e tudo o mais de ruim e perverso que há no coração humano.

A sensação de amargor é tão mais forte na medida que cresce a consciência do pecado que habita em nós. Em seguida, percebemos nitidamente que  temos ainda  uma longa jornada a trilhar, que não somos tão maduros na fé. Então chovem interrogações como:

E se eu nunca chegar a ser aquilo para o qual Deus me chamou?

 E se eu não for tudo que Deus espera de mim?

Perguntas honestas, dúvidas cruéis, esmagadoras. Aqui muitos naufragam na fé e abandonam a comunhão com Deus. Sentem-se fracassados e desabilitados para a vida cristã. Mas não é assim que deve ser. Estas questões têm sua respostas, e elas são encontradas na Bíblia, nossa fonte inesgotável de vida e vigor.
 Olhemos especialmente este trecho:


Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;
 Filipenses 1.6


Este sentimento ruim, amargo, só sai do meu coração quando eu começo a transbordar de amor, o divino amor. Mas esse versículo não fala de amor, porque ele está aqui? Vamos entender isso.
Não há nada que possamos fazer em nosso favor, é preciso reconhecer. Não há receita mágica para vencer essa angústia. Mas há um caminho, um caminho excelente. E aqui o amor entra.

A única coisa que vence o desânimo é o amor. Sentir-se amado incondicionalmente, sentir-se perdoado, sentir-se cuidado, preservado, sentir-se querido por Deus, apesar de nossas falhas e tropeços, apesar da grandeza de nosso pecado, nos traz paz. Isso nos conforta.

A força modeladora de caráter vem de Deus, não de nós mesmos, é Dele que toda justiça emana, todo poder restaurador da vida. Devemos lutar pela santidade, pela pureza, pela justiça. Seu amor é inspirativo de boas obras. É necessário  lutar para fazer a coisa certa, mas sempre com a certeza de que somos amados e que confiamos na graça divina para sermos bem sucedidos na empreitada. A força santificadora vem do Espírito Santo.

A obra é do Espírito Santo de Deus, não é nossa, cabe a nós apenas confiar, de todo coração. Ele age em nós e por nós. O amor sublime de Deus é quem nos capacita. Ah que verdade libertadora! Não de nós, a força que vence o pecado vem de Deus!

Quando sentimos nosso coração arder de amor, sentimos fluir o Espírito Santo em nós e através de nós, como um rio em águas abundantes (Ezequiel 47). Sentimos necessidade de ajudar ao próximo, de cuidar de suas necessidades, nós esquecemos de nós mesmos e de nossos problemas. A sensação é de que nascemos para essa nova vida plena de sentido e significado, percebemos que fomos escolhidos. Sentimos a plenitude de Deus em nossa vida. Uma infinita gratidão enche o nosso coração e nenhum sentimento negativo ou sofredor poderá persistir ali.

O desejo pelo pecado enfraquece, o coração se alegra, nos animamos, vencemos o cansaço, desejamos viver para a glória de Deus.
Não é preciso fixar o olhar em nossos pecados e fraquezas, pois se assim for, fraquejamos. É preciso lembrar de quanto somos amados e quão maravilhoso é esse amor, para que sintamos a alegria de Deus em nossa vida. Gratidão, paz com Deus, força, ânimo, fé. Tudo vem de Deus em Cristo Jesus.
Assim, cheios de amor não haverá espaço para desânimo e ele vai embora. Creia.


Comentários

Daniel Olimar disse…
Ao ler seu texto, lembrei de um livro que li sobre Sansão do autor Vicent Cheung, onde ele aborda essa figura bíblica sempre apontada como um fracasso na fé, mas que no livro de Hebreus está citado como um dos heróis da fé. Claro que Sansão chegou ao fundo do poço e suas escolhas o levaram a um estado deplorável, mas aí está a demonstração da fé, porque se Sansão tivesse uma perspectiva focada só em si mesmo e em sua miséria dificilmente ele oraria a Deus pedindo para que ele o revesti-se do seu poder para se vingar dos filisteus. Nos momentos baixos da nossa caminhada cristã é necessário olhar para a misericórdia de Deus. Olhar e entender que ele está mais interessado em nos fazer prosseguir, e nos disciplina para nosso bem, pois nos ama.
Talvez o grande desafio da fé e da caminhada Cristã seja esse, olhar para Deus apesar do que somos e crer que Ele vai concluir a sua obra em Nós. Quando olhamos somente pra nós, só achamos que merecemos o inferno e a ira de Deus. Quando olhamos pra Ele, podemos nos ver reerguidos, justos, santificados e guardados para Ele. Abraços e que Deus continue abençoando sua mente frutificando em reflexões como essa.
Opa. Obrigado pelo comentário.

Concordo plenamente que nos momentos baixos da nossa caminhada cristã é necessário olhar para a misericórdia de Deus.

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