De todo o coração, eu clamo a ti; responde-me, ó SENHOR,
e obedecerei aos teus mandamentos!
Salmo 119.145
Aqui neste versículo o salmista está clamando "de todo o coração". Pelo
que ele clama ? Qual a força desta expressão: "clamor"? Vamos
tentar responder estas questões neste texto.
As
Escrituras sagradas estão saturadas de relatos de servos de Deus em
momentos de clamor. O povo do Antigo testamento e a Igreja primitiva
entendia perfeitamente a importância do clamor sincero dirigido ao
Senhor. A Bíblia registra vários testemunhos daqueles que clamam a
Deus em um momento de dificuldade, aflição ou extrema angústia. Quando a aflição atinge picos muito elevados o homem temente a Deus empenha todas as suas forças em clamar.
O clamor não é racional, não é calculado, não é um argumento bem formulado. É uma expressão fervorosa de fé em Deus, uma demonstração de plena confiança em Sua bondade e poder para agir em seu favor. Este clamor vem de um coração contrito e totalmente aplicado na presença de Deus. Não é necessariamente um grito, ou choro, está mais ligado a intensidade do sentimento que se expressa. No caso do salmista, muita intensidade.
O salmista não somente clamava, mas o fazia "de todo o seu
coração", essa expressão ampliava o alcance do que ele estava
relatando, mostrando que não havia nenhum sentimento oculto, nenhuma
parcialidade, nenhum fingimento, pois todo ele estava envolvido no
clamor por sua resposta. Seu coração não estava dividido em dois
pensamentos, mas todo ele clamava ao Senhor.
Sabe
porque o clamor é importante? Vou dar alguns motivos.
O clamor gera intimidade. Você não clama para um desconhecido na rua
(o bom senso diz que não), não faz para um colega de trabalho
que você apenas dá "bom dia". Você dirige sua súplica a pessoas
próximas. E isso mostra que você tem intimidade suficiente para
mostrar seus sentimentos para aquela pessoa. E isso é importante,
pois todo relacionamento genuíno deve ter uma boa abertura para
expressão de sentimentos. Quando você clama a Deus, está
demonstrando que confia nele, que espera que ele lhe entenda e que se
disponha a intervir em sua causa.
O clamor gera humildade. Ele liberta de toda autossuficiência. A
autossuficiência é quando você confia em si mesmo mais do
que confia em Deus. E isso é pecado. Quando clamamos estamos
conscientes de nossa incapacidade de resolvermos sozinhos os
problemas, precisamos de ajuda externa e divina. Não há
soberba nem orgulho que prevaleça num coração que clama. As
pessoas a serem dependentes de Deus. As pessoas precisam apreender a
depositarem em Cristo toda a sua confiança como forma de afirmarem a
sua fé e repetirem os passos dados pelo próprio Jesus.
O clamor gera abundante graça. O salmista sabia que precisava obedecer
aos mandamentos divinos, mas como fazer isso sem a graça que vem de
Deus? Como obedecer apenas por coação e não por amor? Ora, ele
precisava clamar para que o Senhor o fortalecesse para que assim, e
só assim, ele pudesse ser um servo obediente. Ele precisava de
Deus para ser obediente.
Assim
como o salmista, que clamava nós precisamos clamar. E para
isso é preciso fortalecer nossos momentos de oração e comunhão
com Deus. Devemos clamar para sermos humildes, dependentes de Deus e
confiantes na graça superabundante que vem dos céus.
Comentários