As igrejas luteranas e reformadas são
herdeiras da Reforma da Igreja Cristã do século 16 na Europa.
Uma corrente desse movimento foi liderada pelo alemão Martim Lutero (1843-1546), da cidade de Wittenberg, Alemanha. Desta corrente surgiram as igrejas luteranas. Outra corrente foi liderada pelo suíço Ulrico Zwínglio (1484-1531) na cidade de Zurique, na Suíça de fala alemã. Uma terceira corrente, sob a liderança do francês João Calvino (1509-1564), surgiu na cidade de Genebra, na Suíça de fala francesa.
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Símbolo da Igreja Luterana - A Rosa e a Cruz |
Uma corrente desse movimento foi liderada pelo alemão Martim Lutero (1843-1546), da cidade de Wittenberg, Alemanha. Desta corrente surgiram as igrejas luteranas. Outra corrente foi liderada pelo suíço Ulrico Zwínglio (1484-1531) na cidade de Zurique, na Suíça de fala alemã. Uma terceira corrente, sob a liderança do francês João Calvino (1509-1564), surgiu na cidade de Genebra, na Suíça de fala francesa.
Não faltaram tentativas de unir as
diversas correntes da Reforma. Lutero e Zwínglio não conseguiram superar suas
divergências na compreensão da Santa Ceia. Mas, em 1549, uniram-se as reformas
de Zurique e de Genebra. Nisso as igrejas reformadas têm a sua origem. O nome
quer dizer que são igrejas renovadas (reformadas) de acordo com o evangelho.
Seguem a orientação de Calvino. Por isso, são chamadas, às vezes, de igrejas
calvinistas. Em países de fala inglesa chamam-se, geralmente, de igrejas
presbiterianas.
Consensos
Luteranos e reformados têm muito em
comum. Concordam em questões essenciais da fé cristã.
Ambos têm o mesmo ponto de partida: o
reencontro com o evangelho. Tem o mesmo objetivo: a renovação da igreja.
Recorrem em todas as questões à Sagrada Escritura como autoridade máxima na
igreja. Ela testemunha Jesus Cristo como o único Senhor de tudo (Efésios l .22),
fundamento e cabeça da igreja. Por sua causa somos salvos unicamente mediante a
fé.
Diferenças
Há uma série de diferenças entre os
líderes das Reformas: de personalidade, de pensamento, de língua, de educação e
formação, de lugar, de condições sócio-políticas e culturais. Articulavam a
Reforma de maneiras diferentes. Surgiram igrejas separadas.
Igrejas luteranas formaram-se, na época
da Reforma, muitas vezes em estreita ligação com autoridades civis. Igrejas
reformadas normalmente eram igrejas minoritárias, frequentemente perseguidas
pelas autoridades civis.
Templos luteranos têm altar, crucifixo,
cruzes, velas, imagens, decorações, órgãos ou harmônios. Templos reformados não
têm nada disso: são prédios bem simples.
No culto, Lutero preservou da missa
tradicional todas as partes da liturgia que expressam com clareza a mensagem do
evangelho. Os reformados romperam completamente com a missa tradicional. Seu
culto concentra-se na prédica, no canto de Salmos rimados e de hinos bíblicos e
em orações.
Luteranos e reformados tem versões diferentes
dos Dez Mandamentos. Os reformados têm a proibição das imagens do Êxodo 20.4
como 2° mandamento. Conseqüentemente tem uma contagem diferente dos mandamentos
seguintes e um final diferente.
As igrejas luteranas têm em comum a
Confissão de Augsburgo, de 1530, como sua confissão de fé básica. Reúnem seus
escritos confessionais no Livro de Concórdia, de 1580. As igrejas reformadas
elaboraram várias confissões de fé. Não possuem uma coleção normativa de
escritos confessionais.
Quanto à vida cristã, os reformados eram
mais exigentes do que os luteranos. Praticavam a disciplina eclesiástica com
grande rigor. Também os luteranos orientavam as pessoas cristãs para uma vida
agradável a Deus (l Tessalonicenses 2.12), mas não agiram com o mesmo rigor dos
reformados.
Entre luteranos e reformados há também
diferenças doutrinárias. Uma das principais refere-se à compreensão da Santa
Ceia. Os luteranos afirmavam que, junto com o pão e o vinho, Cristo está
verdadeiramente presente na Ceia. Os reformados ensinavam que na Ceia os fiéis
realmente participam do corpo e sangue de Cristo pela obra do Espírito Santo.
Os luteranos entendem a Igreja como a
congregação de todos os crentes” em torno do evangelho e dos sacramentos.
Pregar e administrar os sacramentos são incumbências do ministério
eclesiástico. Para os reformados, a igreja é a comunhão das pessoas escolhidas
por Deus para a salvação. Eles conhecem três ministérios: pastores, presbíteros
e diáconos. Entre os reformados, a doutrina da eleição divina ocupa lugar de
destaque; ser cristão significa ser eleito (escolhido) por Deus para a
salvação. Os luteranos destacam a doutrina da justificação: ser cristão
significa ser justificado pela graça de Deus mediante a fé.
Igrejas Unidas
Elas têm sua origem na Alemanha do
século 19. Surgiram, desde 1817, por iniciativa de autoridades civis, que,
naquele tempo, governavam também as igrejas de seus respectivos territórios. Em
quase todas as Igrejas Unidas, cabe às comunidades definirem-se como luteranas
ou reformadas. Na mesma igreja convivem comunidades luteranas e reformadas.
Igrejas Evangélicas
Pessoas cristãs que não pertencem à
Igreja Católica Romana costumar ser chamadas de evangélicas, porque colocam o
evangelho no centro de sua fé e vida. Em tempos mais recentes predominam, no
Brasil, dois outros significados da palavra evangélico. Evangélicas são as
igrejas de orientação evangelical. Ou evangélicos são os membros de igrejas
pentecostais ou neopentecostais, como a Assembléia de Deus, a Igreja Universal
do Reino de Deus e muitas outras. A bancada dos evangélicos no Congresso
Nacional é formada por membros de tais igrejas.
Novo consenso
O século 20 foi o século do ecumenismo.
As igrejas aproximaram-se umas das outras. Começaram a superar suas antigas
diferenças. Procuram a unidade em Cristo. Em 1973, em Leuenberg, perto de
Basiléia, na Suíça, igrejas européias de diferentes confissões chegaram a um
acordo doutrinário, a Concórdia de Leuenberg.
Nela apresentam sua compreensão comum do evangelho. Revogam diversas
condenações mútuas do passado. Estabelecem a comunhão eclesiástica entre si:
reconhecem-se mutuamente como igrejas no sentido pleno da palavra e tem
comunhão na pregação do evangelho e nos sacramentos. Mais de 100 igrejas da
Europa assinaram a Concórdia: igrejas luteranas, reformadas, unidas e
metodistas, além das Igrejas Hussita, Valdense e dos Irmãos Boêmios, que tem
sua origem já antes do século 16. Entre as igrejas signatárias encontram-se
cinco igrejas da América do Sul. Continua havendo diferenças entre as igrejas,
mas são diferenças reconciliadas. É um passo importante para a unidade de todas
as igrejas cristãs.
Pastor Joachim H. Fischer - pastor
aposentado da IECLB
Fonte
www.luteranos.com.br
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