O diálogo entre cristianismo e filosofia sempre foi acentuadamente
complicado, ambos os lados, cristãos e filósofos se autodenominavam adversários (pelo menos no campo das ideias).
O apóstolo paulo chegou a declarar na sua carta aos
colossenses capítulo 2 versículo 8:
Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias
e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo,
e não segundo cristo;
No primeiro século houve uma luta intelectual
entre o cristianismo e o mundo clássico da cultura grega.
Os intelectuais ridicularizavam os cristãos. Segundo eles, não se
pode entender a Mensagem cristã. Somente para os fanáticos esta é aceitável. A fé
dos cristãos é uma fé cega , eles creem sem que a razão possa iluminar a
lógica da fé.
Porém, a filosofia grega, principalmente o platonismo, não era absolutamente
incompreensível e incompatível ao cristianismo, mas as exigências
implícitas de fé da religiosidade cristã impediam uma proximidade maior com a
filosofia grega.
A fé é um atributo não filosófico, ou seja, a filosofia não
trabalha com argumentos religiosos em suas elucubrações.Por isso havia dificuldade de aproximação.
Paulo também chegou a dizer:
Mas nós pregamos a cristo crucificado, que é escândalo para os
judeus, e loucura para os gregos. 1 coríntios 1:23
Logo, o cristianismo era considerado loucura para os gregos.
Entende-se daí que a filosofia grega nunca aceitaria os dogmas da fé e, por
outro lado, o cristianismo nunca se envolveria com as questões filosóficas.
Mas, passando-se o tempo, a admissão de que o
cristianismo comporta uma filosofia própria foi partilhada por autores, como Justino
de Roma, clemente de Alexandria, Orígenes e Agostinho de Hipona.
Clemente exercitará sua hermenêutica e desenvolverá sua teologia,
ou antes, sua filosofia cristã, que ele denominará, verdadeira filosofia, ou o
verdadeiro conhecimento. Ele foi um dos primeiros a tentar conciliar
razão e fé, cristianismo e filosofia.
Desde lá muitos são os filósofos que abraçaram o cristianismo: Agostinho, Anselmo da
Cantuária, Tomás de Aquino, Martinho Lutero, Sören Kierkegaard, entre muitos
outros.
Mas como seria este diálogo entre fé e cristianismo?
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