Salmo 29 - A Glória e Majestade de Deus

Salmo 29 

1 Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai ao SENHOR glória e força.

2 Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade.

3 Ouve-se a voz do SENHOR sobre as águas; troveja o Deus da glória; o SENHOR está sobre as muitas águas.

4 A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade.

5 A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR despedaça os cedros do Líbano.

6 Ele os faz saltar como um bezerro; o Líbano e o Siriom, como bois selvagens.

7 A voz do SENHOR despede chamas de fogo.

8 A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de Cades.

9 A voz do SENHOR faz dar cria às corças e desnuda os bosques; e no seu templo tudo diz: Glória!

10 O SENHOR preside aos dilúvios; como rei, o SENHOR presidirá para sempre.

11 O SENHOR dá força ao seu povo, o SENHOR abençoa com paz ao seu povo.

Estive lendo  e relendo este salmo algumas vezes para apreciar a grandiosidade da sua linguagem e a profundidade das suas imagens poéticas. Trabalho de uma mente bastante criativa e devota. Este salmo traz uma reflexão muito prazerosa. Nada mais edificante portanto que sorvermos a ideia central de cada um destes versos. Mãos à obra.

1 - Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai ao SENHOR glória e força.

Nos primeiro versículo o Salmista, reconhecido como o Rei Davi, nos chama a celebrar ao Senhor Deus, glória e força. É uma convocação para a adoração pública. Quem ele chama? Chama aos filhos, chama aos que são chamados pelo nome do Senhor, na época o povo de Israel. São estes que devem perceber e dignificar o nome do Senhor.

2 - Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade.

Agora o escritor está deslumbrado com a glória de Deus e seu louvor transparece o sentimento de que o povo se sinta também deslumbrado. 

Deus merece honra e merece glória. Também merece admiração. Quem pode perceber a beleza da Santidade do Senhor? Quem tem essa noção estética?

3 - Ouve-se a voz do SENHOR sobre as águas; troveja o Deus da glória; o SENHOR está sobre as muitas águas.

O salmista começa a nos surpreender com o uso de várias figuras poéticas de alta intensidade. Do versículo 3 ao 9, seis versículos, são destinados a comparação do poder da voz do Senhor ao poder da força da natureza.

Águas - Podemos perceber o salmista olhando para o mar, infinito na linha do horizonte, admirável por sua vastidão. Ali ele  percebe o alcance da voz do Senhor. A noção de grandeza: Deus está acima das muitas águas.

Trovões - Aqui ele está olhando para a tempestade e o estampido de trovões. O volume e a intensidade do som do trovão são perfeitos para comparar com a potência da voz do Senhor. Assim como um general comanda bem uma tropa usando uma boa potência vocal, assim o Senhor comanda a natureza usando sua voz de trovão.

4 - A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade.

Potente, possante, forte, intensa e destacada. Essa é a voz do Senhor. Majestosa, a voz do Senhor é de grandeza suprema, nobre e digna de todo o respeito e obediência.

5 - A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR despedaça os cedros do Líbano.

 Se no versículo anterior foi realçado a potencia da voz do Senhor, neste ele considera uma demostração deste poder. O poder da voz que despedaça até os sobranceiros cedros do Líbano.  O cedro do Líbano, é  uma conífera verde que pode atingir 40 m  de altura e seu portentoso tronco colunar alcança até até 2,5 m   de diâmetro. mais tarde, o profeta  Isaías usaria o cedro do Líbano como uma metáfora para o orgulho do mundo (Is 2.13), numa excelente metáfora, pois os cedros eram imponentes e fortes.

6 - Ele os faz saltar como um bezerro; o Líbano e o Siriom, como bois selvagens.
A próxima figura é impressionante. Líbano é uma região bastante montanhosa e o Siriom é outro nome pelo qual é conhecido o notável monte Hermom, citado várias vezes nas Escrituras. Na verdade o Monte Hermon é um aglomerado de montanhas com três cumes distintos,  cada um com a mesma altura, cobertos de neve durante todo o ano.   Com um pouco de imaginação torna-se uma ilustração bastante interessante e cômica, cedros e montes saltando como bois selvagens.  Com esta imagem o salmista está a demonstrar que coisas mais estranhas ou absurdas podem ocorrer ao som da voz do Altíssimo.

7 -  A voz do SENHOR despede chamas de fogo.
A imagem aqui é a de relâmpagos que acompanham os trovões em dias de tempestade. O escritor já comparara a voz do Senhor ao estampido dos trovões, agora compara sua voz com as chamas dos raios. Com certeza a sensação é de temor e respeito.

8 - A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de Cades.
Mais uma figura de alto impacto imaginativo. Aqui é a descrição de um terremoto no deserto, é a voz do Senhor movendo a natureza, nada escapa da sua autoridade.

9 - A voz do SENHOR faz dar cria às corças e desnuda os bosques; e no seu templo tudo diz: Glória!
A voz do Senhor não só tem poder sobre mares, montes e raios, mas sobre todos seres viventes do universo criado. Assim, a voz do Senhor controla o nascimento dos animais e até o desaparecimento das árvores nos campos.

10 - O SENHOR preside aos dilúvios; como rei, o SENHOR presidirá para sempre.
Ao Senhor pertence o poder de presidir e administrar até mesmo uma força destruidora e, aparentemente incontrolável como o dilúvio. De fato, Ele reina sobre tudo para sempre.

11 -  O SENHOR dá força ao seu povo, o SENHOR abençoa com paz ao seu povo.
Ele reina sobre tudo para sempre. O senhor tem um povo e se responsabiliza pessoalmente por ele. Duas coisas são prometidas a esta nação separada: Força e paz. Um povo não subsistiria por muito tempo sem força para vencer os seus inimigos. Um povo também precisava de paz, para poder descansar e usufruir da terra que haviam possuído. 


Em resumo, este salmo é um elogio à grandeza de Deus e ao seu domínio universal. Nós como povo de Deus, devemos nos alegrar na vastidão de sua soberania. Que bom também  é descansarmos nas suas promessas.