O meu zelo me consome, pois os meus adversários se esquecem
das tuas palavras.
Salmos 119.139
O que tem deixado você zeloso ultimamente? O que tem te
inconformado? O que tem despertado sua consciência cristã?
Se nada, então terei de dar um bom motivo para tal.
Deus não nos chamou para a apatia, a indiferença, mas
pelo contrário, devemos ser sal da terra
e luz do mundo (Mt 5. 13,14).
O escritor do salmo 119 não ficava indiferente à maldade
que o cercava. Ele clamava contra a impiedade dos seus inimigos.
Com certeza estes adversários do salmista não seriam de nação estranha, pois somente aos hebreus fora dado o conhecimento da
lei, portanto é somente de seus compatriotas ímpios de quem o salmista trata.
A expressão
"me consome" é muito forte
e nos traz a ideia de sofrimento, indignação e angústia, pois quando a
vontade revelada de Deus é desprezada o coração do salmista se compunge. A
palavra esquecer aqui traz a ideia de desprezo, de desvalorização. Os
adversários desprezavam e se recusavam a dar ouvidos aos desígnios da Lei e era
este desprezo que revoltava o salmista o deixando indignado. Ele era um
dedicado conhecedor das Escrituras e conhecia seu enorme potencial para
edificar, para transformar e para salvar. Ficava então perplexo diante de tal
estupidez, pois apesar de conhecerem não
se dignavam a observar os divinos preceitos.
Ele não amava os adversários, porém o desprezo destes pela palavra de
Deus não causava apenas dano para si mesmos, mas para suas famílias e indiretamente para toda
a sociedade, corrompendo-a e isso
entristecia o autor deste salmo.
Um verdadeiro salvo não pode ficar apático e indiferente
à corrupção da sociedade, enxergando nisso apenas um "sinal natural da
depravação do ser humano".
Um crente com a
mente de Cristo se indigna com a injustiça e a maldade, pois nosso Senhor se
indignou várias vezes com a dureza do coração humano.
Olhando-o ao redor, indignado e condoído com a
dureza do seu coração, disse ao homem. Estende a mão. Estendeu-a,
e a mão lhe
foi restaurada.
Marcos 3.5
Um cristão se condói com a aflição do outro e não se
conforma com a corrupção da moral da nossa sociedade. Os fracos tem sido oprimidos. A Palavra de Deus está
sendo negligenciada e nós não podemos ficar indiferentes à isso. Muitos na
Igreja hoje são inoperantes na sua comunidade por não terem zelo nem paixão
pelas Escrituras.
Com certeza o cristão não enxerga a sociedade como
inimiga sua, mas sob a influência do adversário de nossas almas, Satanás. Sob
esta influência nossa sociedade vai de mal a pior, reina a injustiça.
Inconformados com o sistema corrupto, somos chamados
para fazer a diferença, com nossas atitudes e também com nossa reprovação aos
pecados conhecidos. Não podemos aplaudir quando os homens abandonam a Palavra,
nem mesmo ficarmos indiferentes a isso. Esse desinteresse seria pecado, pois
estaríamos sendo coniventes com tais atitudes.
A ira contra a injustiça e contra a negligência à
Palavra divina é bem vinda. Ela deve ser usada em prol de atitudes corretas
para que oremos rogando a intervenção
divina em nossa sociedade. Esta ira recebe o nome de zelo. Nosso zelo pela
Palavra deve ser constante e produtivo para que o mundo reconheça os filhos de
Deus.
Que o zelo de Deus pela Palavra nos consuma e nos faça
luzeiros no mundo para glória de Deus.
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