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A verdade como revelação e não como poder intelectual




Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao
conhecimento da verdade.
2 Timóteo 3.7

Há pessoas que não cansam de buscar o conhecimento, porém nunca encontram, suas mentes estão obscuramente indiferentes à verdade. São destas pessoas que Paulo está falando, aqueles cujas  mentes foram "cauterizadas" ou tornadas insensíveis, não conseguindo mais aprender as verdades  espirituais.

Vamos analisar o assunto em seu contexto para ver o perfil desta gente que Paulo está confrontando.  Está em 2 Timóteo: 
  
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes 
a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos 
deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. 
Destes afasta-te.
Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, 
levadas de várias concupiscências;
Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao 
conhecimento da verdade.
E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.
2 Timóteo 3. 2-8

  
Percebemos que Paulo trata  deste  tipo  específico de pessoa que  possui um  currículo tenebroso, cheio de impiedade e   que procuram o conhecimento, com bastante avidez. Vivem em busca do conhecimento mas nunca chegam ao pleno conhecimento da verdade. É bem provável que nestes versículos Paulo esteja combatendo algum tipo de heresia gnóstica, comum no primeiro século e que havia se  disfarçado de cristianismo enganando muitos incautos.
Estes são os racionalistas e místicos. Tanto  um como outro, confiam no seu poder de conhecer, sua capacidade pessoal. Racionalistas pois confiam na capacidade ilimitada da razão humana, místicos pois acreditam que com esta razão podem conhecer o mundo espiritual.  Paulo trata de um grupo que funde o racionalismo com o misticismo.  Mas quem são estes? Quais suas características?

Amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. E por fim, como a "cereja do bolo" ( o bolo da ignorância): Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.

Este grupo confia no seu poder de compreender naturalmente o mundo espiritual.  São mentes obscuras, cheias de toda espécie de erro e misticismo. Paulo dá exemplos:

E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.

Eles erram por superestimarem suas capacidades naturais. Há diversos conceitos e doutrinas que elas não aceitam e não podem entender. O conhecimento não adentra em suas mentes incapacitadas. Mesmo assim, eles se consideram mais elevados em sabedoria que os outros, são soberbos e arrogantes;

Há também um outro grupo, composto por mulheres. Assim como estes homens, ávidos pelo conhecimento  religioso e de filosofias pagãs, estas mulheres estavam  interessadas em uma espécie de "conhecimento elevado". Falsos mestres então, aproveitavam-se disto, entravam nas casas para infiltrar suas heresias malignas nas reuniões cristãs. Ali eles estavam fazendo discípulas que rapidamente se desviavam  do evangelho e levavam seus maridos e famílias consigo.
Desta forma, nem os mestres, nem estas mulheres discípulas deles nunca poderiam chegar a verdade.
Mas qual a razão disto? Porque nunca alcançam a verdade?


A resposta é simples, o homem natural é incapaz de alcançar a verdade. E, enquanto forem apenas homens naturais, guiando-se por sua racionalidade falha, andarão sempre na escuridão. Os homens naturais estão mortos e sua mente morta não pode aprender, está selada. 
Quem não foi iluminado com a luz do Espírito não pode compreender as coisas espirituais. A mente  fica impregnada ou do ceticismo ou do misticismo,  comuns no homem natural. Cheia de  ceticismo quando se fecha para tudo que é espiritual  (torna  um indivíduo funcionalmente ateu) ou cheia de misticismo quando se apega em ensinos errados e sensacionalistas sobre espiritualidade.


Para pensar corretamente sobre as coisas espirituais é necessário que o homem  entenda que depende de Deus e de sua boa vontade e não de seu poderio intelectual nem de uma capacidade natural meramente humana. A verdade espiritual sempre será fruto da revelação divina e por isso, uma atitude humilde perante a grandeza de Deus e de sua criação é essencial para que possamos alcançar esta revelação.

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