Apego-me
aos teus testemunhos; ó Senhor, não me permita ser envergonhado. Salmo 119 .31
Os
judeus sempre foram extremamente zelosos para com a revelação
escrita do Senhor, preservando com bastante cuidado o Antigo
Testamento. Mesmo Jesus e os discípulos sempre confirmaram o Antigo Testamento como
divinamente inspirado.
Após isso, a Igreja Primitiva reconheceu as palavras ensinamentos do
próprio Cristo , que nos vieram por intermédio apostólico, como
palavra genuína de Deus. Os 4 evangelhos, as cartas de Pedro, Tiago
, João, Judas e Paulo e o livro de Atos dos Apóstolos.
Com a morte de João, o último apóstolo, se encerrou a contagem dos 66 livros da Bíblia Sagrada. A Igreja primitiva amava e cuidava com muito carinho e zelo destes escritos, chegando ao ponto de muitos mártires darem a própria vida para que estes livros pudessem chegar até nós.
Com a morte de João, o último apóstolo, se encerrou a contagem dos 66 livros da Bíblia Sagrada. A Igreja primitiva amava e cuidava com muito carinho e zelo destes escritos, chegando ao ponto de muitos mártires darem a própria vida para que estes livros pudessem chegar até nós.
Com
o passar do tempo porém, este amor pelas Escrituras diminuiu e as
autoridades da Igreja constituída oficialmente começaram a impedir
o acesso das Sagradas Escrituras ao povo comum reservando este acesso
somente aos ministros. Além disto a Igreja medieval ensinava que
Bíblia não era a única regra de fé e prática da igreja, pois ela
estava sujeita a interpretação oficial dos oficias da Igreja ,
aos Papas e aos Concílios.
Reforma
Protestante instituiu-se novamente a centralidade das Escrituras na
vida da Igreja, o principio chamado de Sola Scriptura, sendo que a
Bíblia é, para as igrejas protestantes, a única e suficiente
regra de fé e prática da Igreja. Nada mais deve ser considerado
inspirado , infalível e inerrante como a Palavra de Deus. Os
reformadores também colocaram a Bíblia na mão do povo, traduzindo
para as línguas locais e imprimindo grande quantidade para uso nas
capelas e congregações.
Porém,
milhares de anos antes do protestantismo acontecer o salmista já
mostrava o mesmo amor pela Palavra escrita de Deus dos reformadores.
Ele se dizia apegado aos testemunhos do Senhor. A ideia original aqui
seria:
Apegado
- agarrado com insistência, grudado, colado com firmeza, aferrado
por sentimento muito forte. Tenazmente e de maneira indestrutível
ligado.
Ele
realmente não podia soltar a Palavra, estava ligado a ela
intrinsecamente. Isso me lembra a exigência que Paulo faz a
Timóteo, para que ao escolher bispos, escolha homens apegados a
Palavra Fiel ( I Tm cap 3).
Se
um soldado fosse mandado para o campo de batalha ele jamais largaria
sua espada, de maneira alguma.Ele tomaria banho com ela, almoçaria
com ela, dormiria com ela. Ele não estaria seguro sem ela. Sua
mão estaria colada à espada. A certeza da presença da espada
junto a si o deixaria seguro.
O
verdadeiro homem de Deus é apegado à Palavra, ligado a ela por
fortes laços de amor, está tão profundamente enraizado nela que é
impossível separá-los. E se alguém tentar não
conseguirá, pois ela está profundamente cimentada, na alma e no
coração, onde ninguém pode chegar para tirar.
Sem
a Palavra estamos tão inseguros como um solado sem arma em um campo
de batalha. Estamos à mercê do inimigo.
Foi
com grande amor que os reformadores lutaram para termos o direito de
ter a espada em nossas mãos. Usufruamos deste direito com
alegria!
O
salmista tem certeza de que não será envergonhado, pois ele tem
convicção de estar obedecendo ao Senhor. Ligado a Palavra
inseparavelmente.
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