Sundar
Sing era filho de pessoa rica e proeminente da Índia, onde imperava e ainda
impera uma discriminação e racismo brutais, estando o país dividido em castas
que praticamente não se comunicam entre si. Conheceu Jesus através da leitura
de um Novo Testamento. Essa guinada em sua vida custou-lhe o ódio e a
discriminação por parte de todos – inclusive da família, levando-o a viver nos
campos e matas, em extrema penúria e também, muitas vezes, em grandes cidades
do mundo fazendo conferências.
Sua
alegria interior compensava tudo que tinha perdido. Ele próprio dizia que
queria viver, tanto quanto possível, uma vida semelhante à de Jesus.
O
milagre era uma constante em sua vida. Imagine alguém que não tem onde dormir,
nem o que comer ou vestir, andando por selvas, montes, desertos, montanhas
geladas e que pudesse sobreviver se não fosse pelo milagre. Imagine, também, as
perseguições, prisões, espancamentos de alguém que, qual Daniel, não contasse
com um Deus para livrá-lo.
Pois
bem, assim era a vida do Sadhu (termo indiano que significa santo ou separado)
Sundar Sing: entre visões da glória, transportes, meditações profundas, estados
de êxtase.
Certa
feita, foi atirado pelos seus algozes dentro de um poço cheio de pessoas
condenadas – mortas ou moribundas. Um poço de onde ninguém sairia. A despedida
da vida. Quando chegou ao fundo, sentiu o contato morno de algo que nada mais
era do que carne humana fétida, em decomposição. Logo em seguida fecharam a
chave a boca do poço.
“Não
sabia que três dias se tinham passado. Inerte, sentado entre os ossos e os
cadáveres, aguardava a morte, quando a boca do poço se abriu. Um vulto
irreconhecível surgiu, negro contra o céu da noite. A voz, ampliada, era como o
trovão. Ordenava-lhe que agarrasse a corda. E pouco depois, tateando
fracamente, encontrou-a. Tinha um nó na extremidade. Firmou ali o pé e
segurou-a como pôde. Sentiu que era erguido. Seu corpo oscilou pesadamente de
uma parede à outra, até que atingiu a superfície. Fortes mãos o agarraram e o
colocaram em terra. O ar fresco invadiu-lhe os pulmões como a água da represa
invade o vale, os diques. Tossindo, atordoado, ouviu como em sonhos o ranger da
tampa, o som da chave na fechadura. Olhou em torno para conhecer o seu amigo
desconhecido, mas viu que estava só na escuridão noturna. Caiu de joelhos e deu
graças a Deus. Quem o visse dormindo entre o bulício da faina diária que
começava não imaginaria que era o mesmo que estivera no fundo do poço por três
dias”.
No
final de sua vida tentou várias vezes a travessia do Himalaia, rumo ao Tibete,
onde pretendia pregar o evangelho. Da última vez, na primavera, não se conteve.
Pretendia atingir o seu destino pela 'Estrada do Peregrino'. Contra tudo e
contra todos, foi e desapareceu — por mais que o procurassem, sumiu sem deixar
vestígio algum.
O
importante é salientar o papel que Jesus representa e pode representar nas
vidas daqueles que buscam algo surpreendente, superior e eterno e que não têm
medo de confiar n’Aquele que é poderoso para resolver.
________________________
Fonte: predmilson-estudos.blogspot.com.br
Comentários