Período da Igreja Medieval
A História da Igreja se confunde
com a História da Igreja visto que o poder dos estados estava
invariavelmente submisso ao poder da Igreja. Os Impérios ocidentais eram
todos cristãos. A história da Idade Média termina com o fim do Império
Romano do Oriente e Queda de Constantinopla.
O período Medieval da Igreja foi
profundamente marcado por:
•
Desintegração do Império Romano do Ocidente;
•
Invasões Bárbaras;
•
Descentralização do poder político;
•
Ruralização e formação dos Feudos (extensas propriedades de terras);
•
Sociedade dividida por estamentos (Nobreza, Clero e Servos);
•
Alta religiosidade e expansão do Cristianismo.
•
Surgimento das Cruzadas desencadeadas pela Guerra Santa;
•
Castelos de estilo gótico e germânico.
Alguns Fatos Históricos Relevantes
- As Heresias – Ao longo da história da Igreja vemos: O
Gnosticismo (séc. II); Maniqueísmo (séc. III); Arianismo (séc. IV);
Pelagianismo (séc. V); Montanismo (séc. V); Ebionitas (séc. V); Marcionismo
(séc. V); Donatismo (séc. V); Docetismo (séc. V); Iconoclastas (séc. VIII);
Cátara e valdense (séc. XII-XIII);
- Os Mosteiros – Foi com Bento de Nursia (529), que
percebemos uma retomada e revigoramento dos mosteiros. Os ermitões (Ermo
- desertos), atuavam sozinhos e passam a se organizar em pequenos
grupos. Bento traça uma regra, dando uma forma a vida monástica, a
qual passa a ser copiada em outros mosteiros. “Ora et Labora”. Orar
e trabalhar , esse é o lema do monge.
- As Cruzadas - Atendendo ao apelo do papa Urbano II, em 1095,
foram organizadas na Europa expedições militares conhecidas como cruzadas
(esses missionários assim se chamavam pela cruz de pano que levavam na veste),
cujo objetivo oficial era conquistar os lugares sagrados do cristianismo
(Jerusalém, por exemplo) que estavam em poder dos muçulmanos e
turcos. De 1095 a 1270, a cristandade européia organizou oito
cruzadas, quais sejam : a Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096), Primeira
Cruzada (1096-1099), Segunda Cruzada (1147-1149), Terceira Cruzada (1189-1192),
Quarta Cruzada (1202-1204), Cruzada Albigense, Quinta Cruzada (1217-1221),
Sexta Cruzada (1228-1229), Sétima Cruzada (1248-1250), em março de 1270, o rei
Luís IX, São Luís, decide organizar uma nova cruzada - Oitava Cruzada (1270), a
qual fracassa e ele morre em combate.
Cavaleiros Cruzados |
- Querela das Investiduras - A Questão das Investiduras refere-se ao problema
de a quem caberia o direito de nomear sacerdotes para os cargos eclesiásticos,
ao papa ou ao imperador.
- A Reforma Gregoriana (Século XI) – Os papas escolhidos passam a
ser de origem germânica (monges), logo os papas romanos saem de cena, pois os
primeiros não teriam parte com a política local. Com isso as reformas têm
inicio com esses papas de origem monástica, com amplas mudanças de cima para
baixo, hierarquizada, uma reforma das instituições. Hildebrando, reformador
ligado ao movimento de Cluny, tinha acesso ao papa e, sob sua influência,
Nicolau II criou em 1059 o Colégio dos Cardeais, com finalidade de eleger o
papa, limitado o cesaropapismo. A solução foi decidir que
caberia ao papa a investidura espiritual dos bispos (representada pelo báculo),
isto é, antes de assumir a posse da terra de um bispado, o bispo deveria jurar
fidelidade ao imperador.
- A Inquisição - Tribunal eclesiástico para averiguar e julgar
os acusados de heresia. A sua instituição jurídica data de 1232 (Inquisição
Medieval), pelo papa Gregório IX, para c investigar, julgar e punir toda e
qualquer forma de heresia.. Os condenados pela inquisição eram entregues às
autoridades administrativas do Estado, que se encarregavam da execução das
sentenças. As penas aplicadas a cada caso iam desde a confiscação de bens até a
morte em fogueiras.
Mundo e Mosteiros
Os sacerdotes da Igreja dividiam-se em
duas grandes categorias: clero secular (aqueles que viviam no mundo fora dos
mosteiros), hierarquizado em padres, bispos, arcebispos etc., e clero regular
(aqueles que viviam nos mosteiros), que obedecia às regras de sua ordem
religiosa: veneditinos, franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos.
No ponto mais alto da hierarquia
eclesiática estava o papa, bispo de Roma, considerado sucessor do apóstolo
Pedro.
Nem sempre a autoridade do papa era
aceita por todos os membros da Igreja, mas em fins do século VI ela acabou se
firmando, devido, em grande parte, à atuação do papa Gregório Magno.
O Poder Temporal da Igreja
Além da autoridade religiosa, o papa
contava também com o poder temporal da Igreja, istoé, o poder advindo da
riqueza que acumulara com as grandes doações de terras feitas pelos fiéis em
troca da possível recompensa do céu.
Calcula-se que a Igreja Católica tenha
chegado a controlar um terço das terras cultiváveis da Europa Ocidental. Era,
portanto, uma grande "senhora feudal" numa época em que a terra
constituía a base de riqueza da sociedade.
O papa, desde 756, era o administrador
político do Patrimônio de São Pedro, o Estado da Igreja, constituído por um
território italiano doado pelo rei Pepino, dos francos.
O poder temporal da Igreja levou o papa
a envolver-se em diversos conflitos políticos com monarquias medievais. Exemplo
marcante desses conflitos é a Questão da Investiduras, no século XI, quando se
chocaram o papa Gregório VII e o imperador do Sacro Império Romano Germânico,
Henrique IV.
As Fases do Processo
de Inquisição
O processo
inquisitorial cumpria basicamente as seguintes etapas: o tempo de graça, o
interrogatório e a sentença.
Tempo de Graça
Ao chegar às aldeias
e às cidades, os inquisidores solicitavam a todos os acusados de heresia que se
apresentassem espontaneamente aos juízes. Era então estabelecido o tempo de
graça, que poderia ser de 15 dias a um mês.
O herético que se
apresentasse, durante esse período, para confessar seu erro era tratado com
certa misericórdia, recebendo geralmente penas leves, a critério do juiz.
Terminando o tempo de graça, porém, os juízes do tribunal tornavam-se
implacáveis, perseguindo duramente os suspeitos.
Interrogatório
Perante o tribunal,
os acusados de heresia eram longamente interrogados pelos os juízes, que faziam
de tudo para que o réu confessasse o crime. Caso o réu se recusasse a
confessar, podia ser submetido a diversas formas de violência e tortura, como
chicotadas, queimaduras com brasas etc.
O manual dos
inquisidores, espécie de guia prático do ofício inquisitorial, escrito em 1376
pelo dominicano espanhol Nicolau Eymerich (depois revisto e atualizado, em
1578, por Francisco de La Penã), diz que:
A finalidade da
tortura é obrigar o suspeito a confessar a culpa que cala. Pode-se qualificar
de sanguinários todos esses juízes de hoje, que recorrem tão facilmente à
tortura, sem tentar, através de outros meios, completar a investigação. Esses
juízes sanguinários impõem torturas a tal ponto que matam os réus, ou os deixam
com membros fraturados, doentes sempre.
O inquisidor deve
ter em mente que: o acusado deve ser torturado de tal forma que sai saudável
para ser liberado ou para ser executado.
Setença
Arrancada a
confissão do réu, os inquisitores proferiam a sentença em uma sessão pública
denominada sermão geral. As sentenças previam três tipos básicos de penas:
confiscação de bens, prisão e morte.
A maioria dos
condenados à morte eram queimados vivos numa grande fogueira. Somente a alguns
permitia-se o estrangulamento antes de serem lançados ao fogo.
A defesa dos
interesses das classes dominantes
A ação dos tribunais
da Inquisição estendeu-se por vários reinos cristão: Itália, França, Alemanha,
Portugal e, especialmente, Espanha. Nesse último país, a Inquisição penetrou
profundamente na vida social, possuindo uma gigantesca burocracia pública com
cerca de vinte e cinco mil funcionários a serviço do movimento inquisitorial.
Pressionada pelas
monarquias católicas, a Inquisição desempenhou um papel político e social,
freando os movimentos contrários às classes dominantes e, dessa maneira,
ultrapassando sua finalidade declarada de proceder ao mero combate às heresias
religiosas.
O polêmico julgamento de Galileu
Galileu jurando sobre a Bíblia durante o tribunal |
Um caso típico da Inquisição foi o caso do cientista Galileu Galilei.
Galileo Galilei, físico, matemático,
astrônomo e filósofo italiano, nasceu na cidade de Pisa, em 15 de Fevereiro de
1564. Foi um dos principais nomes daRevolução Científica do século XVII.
Por defender Heliocentrísmo (o Sol como
centro do Universo), proposta por Nicolau Copérnico (1473-1543), foi acusado de
heresia. Chamado à Roma, foi obrigado a assinar um decreto do Tribunal da
Inquisição, onde teve que declarar que o sistema heliocêntrico era apenas uma
hipótese. Vivendo em Florença, deu continuidade aos seus estudos sobre o
heliocentrísmo, publicando, em 1632, o livro “Diálogo Sobre os Dois Principais
Sistemas do Mundo – o Ptolomaico e o Copernicano”.
Cristão fervoroso, Galileo foi
condenado pela Inquisição a renunciar suas crenças e foi condenado ao
confinamento nas masmorras do Santo Ofício. Seu julgamento durou seis meses e a
sentença foi publicada em 22 de junho de 1633.
Depois da tortura e vestes de
penitente, Galileo é obrigado a recitar e assinar publicamente a abjuração, no
Convento de Santa Maria sobre Minerva. Por ter abjurado não foi condenado a morte nem foi torturado.
Final da História da Igreja na Idade
Média
Como sabemos o período da Idade Média
foi convencionalmente determinado como
iniciando em 476 d. C. , assim, teria-se
iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V.
Também foi convencionado que a Idade
Média teria terminado com o fim do
Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (em 1453
d.C.). A História da Igreja adota a mesma divisão que abrange um período de
aproximadamente mil anos.
Fontes de pesquisa
historianet.com.br
historiadomundo.com.br
cleofas.com.br
britainexpress.com
wikimedia.org
www.escribacafe.com/
unlargo.blogspot.com
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