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Simplicidade e Complexidade divina.




Oh, minha alma, louva o Senhor.
Senhor, meu Deus, como tu és grandioso!
Estás revestido de honra, de majestade.
A luz te rodeia como um manto sublime,
como um imponente reposteiro,
que se estende de uma ponta à outra do firmamento!
Salmos 104.1,2  


Você conhece algo a respeito de Deus? Já estudou seus atributos, sua revelação?

Há muitas coisas bem estabelecidas a respeito do Altíssimo, são pontos que estão bem esclarecidos e atestados nas Sagradas Escrituras. Deus é grande, criador de todas as coisas, é o Senhor que reina no universo. Deus é bom, é amor, é justo, imutável, é onipotente, onisciente, onipresente, infinito e eterno. Não é difícil encontrar exemplos na Bíblia para cada uma destas características.
O que fica bem mais complicado é definir cada um destes muitos termos: o que é amor, o que é ser bom, o que é justiça, o que é eternidade, o que é verdade, etc...
Os filósofos se debatem até hoje para definir estes simples termos. Um exemplo disso é o conceito de bondade.


Aristóteles ensinou que a bondade era agir de acordo com a virtude, a virtude moral. A virtude moral consiste em fazer as coisas corretas. A correção está na sabedoria e a sabedoria está na moderação.
Mas o que seria o correto para ele? Como ele estabelece que a moderação é boa? Com que padrão ele julga algo certo ou errado, de acordo com que parâmetros? Ele não explica satisfatoriamente, mas sempre volta ao ensino sobre virtude, como que andando em círculos sobre o tema.

Immanuel Kant, foi mais engenhoso, criou o conceito de imperativo categórico. O imperativo categórico de Kant nos diz para atuarmos apenas da maneira que, ao mesmo tempo, nossa ação poderia tornar-se uma lei universal – por exemplo: se você acha que mentir para alguém é correto em uma situação, então mentir deve ser correto sempre, tanto com você quanto para outras pessoas em qualquer situação. Se achar que o correto seria falar a verdade, deve ser honesto sempre, em qualquer situação. Sua atitude deveria ser imitada sempre, tornar-se uma lei imperativa. Se sua atitude pudesse ser imitada por todos, sem prejuízo, essa seria uma coisa boa.
O problema é que ele não nos diz porque agir desta forma seria bom, nem muito menos como medir a "bondade " de alguma ação. Novamente não nos dá bons parâmetros.

Para Platão, a bondade estava no caminho da felicidade, e esta não se encontrava diretamente no mundo material. Para este filósofo, o caminho da felicidade é o do abandono das ilusões dos sentidos em direção ao mundo das ideias, até alcançar o conhecimento supremo da realidade, correspondente à ideia do bem. Mas que ideia de bem era esta? Inalcançável? Sublime, etérea?
Não sabemos...

Há outros filósofos, com outras elucubrações, mas nenhum deles conseguiu dar uma resposta satisfatória para esta e outras questões que envolvem o certo e o errado, o bem e o mal, o belo e o feio, a verdade e a mentira.


Há questões ainda muitíssimo mais elevadas, como: o que é eternidade, o que é infinitude, donde viemos, para que estamos aqui, entre outras. Sem Deus como parâmetro não há respostas.


A dificuldade surge especialmente por que partimos do pressuposto materialista de que não há um ser superior que governe e estabeleça as regras que governem todas as coisas.


Deus é a base. Deus é Simples.


Em teologia, simplicidade divina é o atributo segundo o qual Deus não é constituído de partes. O conceito de simplicidade divina pode ser descrito da seguinte forma: o ser de Deus é idêntico aos seus atributos. A natureza da simplicidade divina nos leva para seu caráter imutável e indivisível . Deus é simples, pois não é formado por partes e não pode ser como que " dissecado" em um laboratório humano.


Isso faz com que seja fácil deduzir quem ele é, e o que ele deseja para nós a partir de seus atributos.


Mas Deus também é Complexo, e ele é muito maior do que o que ele nos revelou na Bíblia. E muitas dúvidas nos surgem por causa disto. Não entendemos, por exemplo, como Deus infinito, pode se encarnar num homem finito ( encarnação de Cristo), ou como Deus pode ser soberano e nós ainda possuirmos responsabilidade pessoal. Estas questões são causadas por nossa limitação de compreensão da realidade transcendente de Deus. Eis aí onde reside a complexidade incompreensível do Altíssimo. Nosso conhecimento de Deus é limitado ao que ele mesmo nos revelou na Bíblia Sagrada, não se pode ir além disto.


Se não pudermos achar uma boa resposta para a questão diante de nós e formos, então, persuadidos que tal ordem é incompatível com a natureza de Deus, então teremos que abrir mão da consistência e veracidade de Deus?




De forma alguma. Devemos voltar para a compreensão da simplicidade.


A simplicidade aponta para o caráter perfeitamente justo, perfeitamente amoroso e perfeitamente sincero e fiel do Altíssimo. Ele é a referência moral, estética e conceitual para todo o Universo. Isso é fácil até para uma criança entender. Mas, mesmo assim ficamos muito aquém da capacidade de entender a razão de ser de todas as coisas, o motivo delas serem assim e não de outra forma.


E isso nos basta para conhecer a essência de amor, bondade, justiça, santidade, verdade, virtude e beleza, de que necessitamos para nossa vida aqui.











Postado 25 de out de 2013- Revisado em 21-08-2018

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