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Oração e Justiça - A Parábola do Juiz Iníquo. Lucas 18:1-8


«Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que deviam orar sempre e nunca desanimar, dizendo: Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus e nem respeitava os homens. Havia também naquela mesma cidade uma viúva que vinha constantemente ter com ele, dizendo: Defende-me do meu adversário. Ele por algum tempo não a queria atender; mas depois disse consigo: Se bem que eu não tema a Deus nem respeite os homens; todavia como esta viúva me incomoda, julgarei a sua causa, para que ela não continue a molestar-me com as suas visitas. Ouvi, acrescentou o Senhor, o que disse este juiz injusto. Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora seja demorado em defendê-los? Digo-vos que bem depressa lhes fará justiça. Contudo quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?» 

(Lucas 18:1-8)

   

O que você faria se fosse a  viúva desta parábola? Uma demanda importante sendo protelada desnecessariamente, devido a indolência e impiedade de um magistrado. Quem sabe  você ficaria exasperada pela imoralidade do Juiz, pela injustiça que estavam cometendo com você?  Se essa parábola se passasse nos dias de hoje, é possível até que você fosse para as redes sociais expor sua indignação pelo desrespeito sofrido.

Talvez fosse isso que muitos fariam, mas não foi isso que viúva fez. Vamos então dar uma olhada mais cuidadosa no significado desta parábola. 


Contexto da parábola

Em primeiro lugar o contexto onde ela está inserida. Jesus a profere imediatamente depois do sermão escatológico  que está registrado em Lucas 17. 

No trecho do Evangelho de Lucas 17, Jesus  está falando do contexto de destruição, mortes e assolações que precederiam a sua segunda vinda.  Muitos não suportariam,  desanimariam, outros  (como a mulher de Ló) olhariam para trás devido as muitas angústias. Dentre os que ainda restarem não subiriam todos para estar com Cristo, mas uns seriam  levados e outros deixados para trás.  As coisas não seriam fáceis. Jesus os avisa com antecedência das duras provas que haveriam de vir. Parece um sermão muito duro e até desanimador.

Mas é aí,  nesse contexto que Jesus lança esta parábola, que fala da perseverança da oração.


Elementos da parábola

 Vamos aos dois elementos da parábola.  

O primeiro elemento da parábola é o juiz iníquo. Jesus deixa claro o caráter notoriamente corrupto do magistrado, tal que não teme nem aos homens nem a Deus, fazendo apenas o que lhe dá vontade. Isso é relevante dentro da história, pois aponta o quão difícil era o caso da mulher, sendo que era extremante improvável que aquela viúva fosse atendida.

O segundo elemento é a viúva. Essa era uma personagem das mais frágeis da época. Alguém sem condição de fazer erguer sua voz, de fazer valer os seus direitos.  A mulher já era desprezada na época, e no aso desta viúva era ainda pior, visto  que não teria nenhum homem para lhe defender. 

A viúva tinha também um adversário, sobre o qual nada é referido. Sabemos apenas que era alguém que tinha vantagem sobre ela . Possivelmente um homem (o texto não fala em adversária). De qualquer modo, o foco aqui não é o tamanho da causa, mas sim a necessidade da resolução. Ela teve convicção de que sua causa mereceria ser julgada e por isso não descansou até ver sua situação resolvida. Nem mesmo o juiz corrupto e maligno conseguiu deixar de atender suas importunações. 


Desfecho da parábola

O desfecho da parábola é favorável à viúva que teve sua causa julgada, isso devido a sua grande persistência, e contra todas as probabilidades.  Jesus afirma que, se aquela mulher teve perseverança e contra a própria probabilidade, insistiu  para o juiz iníquo a defendesse, o que nós deveríamos esperar de Deus, sendo que ele é infinitamente bom e misericordioso? 

A resposta é óbvia, Deus está sempre pronto a ouvir nossas orações e se alegra em atendê-las.   Isso porque, assim como essa viúva, somos praticamente indefesos diante de uma sociedade maligna e corrompida. Assim como ela, não temos nenhuma chance ( aparente) de ver a justiça prosperar, porém a meta é continuar orar, contra todas as possibilidades, pois nosso juiz é justo e poderoso e vai colocar as coisas no devido lugar.

 

Explicação da parábola

Esse ensino de Jesus trata especialmente de oração e justiça. Essa parábola se encaixa exatamente no final do sermão anterior. Aqui Jesus ensina que não importa a gravidade da situação externa, ou da opressão maligna, especialmente nos últimos dias que antecederão à sua vinda gloriosa. O que interessa é que nosso Deus está pessoalmente interessado em nossas questões e que terá prazer em nos ajudar até o fim. E quando clamamos por justiça, temos certeza de que estamos sendo ouvidos e que seremos atendidos. Lemos ao fim:

 

“Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?” 

Lucas 18.7

 

Sim, Deus está preocupado em nos fazer justiça, está preocupado em julgar nossos adversários e punir os malfeitores. O nosso canal de ver as coisas resolvidas é a oração. As  manifestações sociais poderão surtir algum efeito até, humanamente falando, mas  o mais importante só pode ser feito com auxílio de Deus e através da oração insistente. Aqui a ênfase recai na perseverança de oração, especialmente contra as injustiças. Por isso devemos orar e não desanimar, pois nosso juiz é justo e fiel e cuidará dos seus para os fazer justiça em tempo oportuno.

 

 


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