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Urgência e oração. Salmo 119.153

 Jewish - Evening Prayers 1934 Photograph by Mike Savad

Atenta para a minha aflição e livra-me, pois não me esqueço da tua lei. Salmos 119.153


Todos nós já passamos por situações em que precisamos com urgência de uma ajuda ou socorro da parte de Deus. Por mais rico, cheio de saúde, ou bem relacionado que possa ser, o cristão sempre enfrenta inúmeras adversidades. Nestas circunstâncias adversas é natural que ele venha a solicitar livramento.

Temos direito de pedir livramento? Ou  direito de pedir a solução de nosso problemas? Por que teríamos se não fazemos nada para merecer algo de Deus. Só pedimos por saber que podemos contar com sua boa vontade para conosco. Mas, e se ele não nos quiser dar o que desejamos? E se ele não estender a mão para nos socorrer, ou abrir uma porta para passarmos?

O salmista clama por misericórdia, mas coloca diante do Senhor a sua dedicação em  observar os mandamentos. Ele está confiante em que vai ser  atendido porque sabe que tem obedecido aos divinos preceitos. E isso é seu trunfo. A sua devoção sincera traduzida em obediência o faz confiante.

Obedecer ao Senhor não nos dá o direito de exigir nada, de impelir, de requerer ou reclamar algo, como se o Senhor ficasse nos devendo alguma obrigação. Não, não é isso que o salmista está fazendo. É interessante porém notarmos que a sua obediência lhe dava o direito de pedir, de solicitar algo ao Todo Poderoso. Ele ficava tanto mais confortável de pedir quanto mais obediente procurava ser.

Como ousaremos levantar os olhos e fazer nossas preces,  pedido sobre pedido, demanda sobre demanda, quando nem nos esforçamos para conhecer ao Senhor e sua santa vontade? Não seria tolo de nossa parte? Sim, mas é o que muitos fazem, enchem o Senhor de pedidos e não se esforçam o mínimo para cumprir-lhe os desígnios. É isso que eu chamo de ingratidão antecipada. Como diz o teólogo Karl Barth "Oração é o começo, o meio e o fim de todo esforço cristão. A oração é um ato de amor; as coisas para as quais se pede são apenas as sombras do amor." - Karl Barth.

Jesus nos ensina a pedir o que quisermos, com a condição de que sua palavra permaneça em nós.

 

Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes,

e vos será feito.
João 15.7

 

Não é digno chegar diante de Deus para encher seus ouvidos de pedidos sem nem ao mesmo ter a preocupação de honrá-lo procurando fazer-lhe a vontade. É lastimável esta situação e muitos nem se dão conta do quão insensatos estão sendo desta forma. Todos nós  recebemos todos os dias da graça de Deus em nossas  vidas. O que fazemos de tudo isso? Alguns desprezam, se esquecem de tudo,  pecam despreocupadamente, como se todo esse desprezo, essa fatuidade não fosse afetar sua vida.

Deus deseja abençoar seus filhos, mas deseja também que eles se preocupem em obedecê-lo, em santificá-lo em suas vidas.  Filhos  agradecidos e obedientes são mais agradáveis ao Divino Pai. Precisamos cultivar um relacionamento genuíno com o Senhor para podermos ter o direito de pedir. E sim, somos todos imerecedores da sua bondade e graça, porém a obediência é a melhor coisa que podemos oferecer ao Senhor por tantas bênçãos já recebidas e outras tantas que queremos receber.

Referências:

A citação é de Karl Barth e pode ser encontrada em sua obra "Church Dogmatics, Volume IV: The Doctrine of Reconciliation, Part Three", publicada originalmente em 1958.


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