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Ceticismo e Cristianismo




O que é conhecimento?

Esta é uma pergunta tão básica que parece não ter sentido fazê-la. Desde criança aprendemos que as coisas são assim como percebemos  e a essa percepção que temos da realidade chamamos de conhecimento.
Se alguém lhe perguntasse "O que você conhece?", você poderia pensar em uma porção de coisas, a maioria delas adquiridas em sua experiência cotidiana.

 Mas a pergunta sobre conhecimento vai mais longe.  Sobre o que tenho absoluta certeza nesta vida?
Vamos questionar um pouco. Vamos as certezas mais básicas.
Certeza de estar acordado. Mas se eu estiver dormindo e sonhando?
Será que o que minha retina está me apresentando é a verdade?
Será que meu cérebro é confiável? Será que não estou enganado sobre tudo?
Certeza de que vivo no planeta terra. O que é planeta? O que é terra?
Estamos certos mesmo sobre o sistema solar ou fomos enganados por uma conspiração?
Temos certeza de que estamos no Brasil? Temos certeza de que somos livres? Somos eternos ou iremos morrer? O que é a morte? O que é a vida? Donde viemos e para onde vamos? Quem  somos nós?

As perguntas ficam cada vez mais difíceis. Elas parecem simples, mas não temos uma resposta óbvia para cada uma delas. Se o conhecimento é um fenômeno que ocorre na mente humana  se remete para o nível da subjetividade, ou seja, cada um de nós conhece de um jeito e de uma forma que não se consegue prever.  Só conhecemos algo de acordo com o que temos na nossa própria cabeça.
Então como saber que o conhecimento sobre o que nos informam é verdade?
Só poderia então confiar naquilo que eu mesmo verifico por mim mesmo, testo eu mesmo. Não sei então mais nada . Não sei se realmente minha água é potável, então não sei se é saudável bebê-la. Não sei se meus amigos são confiáveis então não falo nada para eles, nem me relaciono. Não sei se os livros de Matemática estão corretos, nem os de química, até que eu mesmo faça as contas e eu mesmo faça as experiências.
Mas o pior está por vir. Eu mesmo já me engano muitas e muitas vezes, erro cálculos e experiências. Será que eu também  sou alguém confiável para obter conhecimento verdadeiro?
Estas dúvidas sistemáticas, radicais e absolutas nos levam ao ceticismo. O ceticismo é qualquer atitude de questionamento para com o conhecimento, fatos, opiniões ou crenças estabelecidas. O ceticismo afirma que  a mente humana pode não atingir certeza alguma a respeito da verdade. Um cético radical pode  até duvidar da confiabilidade de seus próprios sentidos.



Descartes o cético

René Descartes , o fundador da filosofia moderna, foi o homem que, penso eu,  mais duvidou neste mundo. Ele foi um perfeito  cético. Descartes  defendeu a tese de que a dúvida era o primeiro passo para se chegar ao conhecimento. Como todo bom cético,  instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provar a existência do próprio eu (o ser que duvida: portanto, é sujeito de algo.  Ego cogito ergo sum, "penso, logo existo") e de Deus.

A única realidade comprovada era que a de que podemos pensar e duvidar. Logo: pensar indica que existimos. Daí Descartes introduz uma cadeia de raciocínio pelo qual ele pode afirmar a existência e realidade das coisas externas a nós e  a própria existência de Deus. Não pretendo explicar aqui como ele  construiu essa dedução, essa explicação seria longa e tediosa.


Cristianismo e Ceticismo

Hoje ainda temos muitas pessoas adeptas do ceticismo, que não acreditam em nada que não possa ser comprovado pessoalmente.
O Cristianismo não combina com o ceticismo pois pressupõe a fé. A fé é um elemento   presente no ato do conhecimento, embora não diretamente nem conscientemente. Sem fé é impossível conhecer qualquer coisa.
É preciso fé para crer que nossos sentidos não estão embotados e nos dão uma imagem real do que acontece externamente. Para evoluir e desenvolver, um cientista precisa confiar que seu microscópio está bem ajustado, que seus colegas são confiáveis e que o remédio que ele toma para pressão alta vai funcionar, por isso ele o toma ( como saber se o farmacêutico não colocou veneno na fórmula?).
O Cristianismo pressupõe um básico e simples ato de fé para que se desenvolva. Ele precisa que o homem creia na Bíblia como revelação de Deus. Ele não pode por a Bíblia no laboratório e , testando, experimentando , chegar a conclusão de que o material e os escritos dela combinam com a "genética" de Deus, ou com sua forma de falar.Deus  se revela exclusivamente na sua Palavra, não temos outros meios de comparação.
Precisamos crer na Bíblia para aceitar que o mundo foi criado por Deus, que  Jesus é o Filho de Deus, que ele morreu por nossos pecados e de que precisamos de arrependimento.
Essa fé é um salto além do nosso ceticismo. Porém é um salto consciente e voluntário.  O cético salta todos os dias da sua cama cheio de fé. Ele tem fé de que o chão não desmoronará aos seus pés, para que possa pisá-lo. Só que ele não toma consciência desta fé.
Porém o cristão sente-se confortável na sua confiança, sabendo que ela não é vã, e que sua fé está bem consciente e fundamentada, em Cristo e na Bíblia Sagrada.




Se alguém lhe perguntasse "O que você conhece?", você poderia pensar em uma porção de coisas, a maioria delas adquiridas em sua experiência cotidiana. Mas se a pessoa insistisse e perguntasse "Algo do que você sabe é realmente verdade? Apostaria sua vida nisso?", essas questões complicariam um bocado as coisas. Eu, por exemplo, poderia dizer que tenho certeza que sou filho dos meus pais, mas talvez eu tivesse sido adotado ou trocado na maternidade e estar enganado a esse respeito. Poderia ainda estar enganado sobre uma série de outras coisas que até então julgava certas. E se reparar direito, tudo o que eu tenho são crenças, algumas até muito razoáveis, mas nada de que eu possa ... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/ceticismo-deve-se-duvidar-de-tudo.htm?cmpid=copiaecola

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