Alegrai-vos
com os que se alegram; e chorai com os que choram;
Romanos
12.15
Simpatia e empatia. A
Bíblia não trata diretamente sobre elas, mas ensina o seus
conceitos.No decorrer do texto analisaremos em que elas se aplicam na
vida cristã.
As
palavras simpatia e empatia são bem parecidas, tanto na pronúncia
quanto no significado, porém existem diferenças marcantes entre
elas. Primeiro, vamos analisar estas diferenças.
Simpatia
A
palavra simpatia tem muitos sentidos, mas aqui quero destacar aquela impressão agradável, ou disposição favorável que se
experimenta em relação a alguém. Uma afinidade moral, similitude
no sentir e no pensar que aproxima duas ou mais pessoas. Na prática,
pessoas simpáticas são aquelas que demonstram ser agradáveis de
conviver, são dispostas a ajudar, são atenciosas e positivas.
Geralmente gostam de falar, mas também aprendem a ouvir, são
carismáticas e sorridentes.
Empatia
Empatia
é o processo de identificação em que o indivíduo se coloca no
lugar do outro, compreende bem o sentimento e discerne seu grau e
intensidade. Ela também se manifesta na capacidade de ver e perceber
a realidade do modo como o outro vê e percebe a realidade. Exige bastante concentração e sensibilidade.
Por simples inferência e analogia percebemos as semelhanças que existem entre as pessoas em geral. Como pertencemos à mesma espécie, tendemos a ter uma conduta semelhante em circunstâncias parecidas. Além disso, dado que somos constituídos pelo mesmo tipo de matéria orgânica e temos possibilidades e limitações físicas semelhantes, acreditamos que outras pessoas têm, como nós, desejos, dores, sensações, entre outros, análogos às nossas, então partimos daí para compreender o outro.
Porém o empático não apenas compreende, mas consegue sentir com profundidade, dentro de si, a dor, a alegria, a tristeza do seu semelhante, ou entender seu ponto de vista com muita clareza. Uma pergunta pertinente seria: como posso estender meu conceito de dor para além de minha própria dor?
Por simples inferência e analogia percebemos as semelhanças que existem entre as pessoas em geral. Como pertencemos à mesma espécie, tendemos a ter uma conduta semelhante em circunstâncias parecidas. Além disso, dado que somos constituídos pelo mesmo tipo de matéria orgânica e temos possibilidades e limitações físicas semelhantes, acreditamos que outras pessoas têm, como nós, desejos, dores, sensações, entre outros, análogos às nossas, então partimos daí para compreender o outro.
Porém o empático não apenas compreende, mas consegue sentir com profundidade, dentro de si, a dor, a alegria, a tristeza do seu semelhante, ou entender seu ponto de vista com muita clareza. Uma pergunta pertinente seria: como posso estender meu conceito de dor para além de minha própria dor?
Prestemos
a atenção, não basta saber ou identificar o sentimento alheio, é
preciso experimentá-lo um pouco dentro de si, para que
possamos realmente demonstrar empatia. Quão esquisito, quão
ridículo, quão insensato é pensar que sabemos o que as pessoas
sentem, que temos conhecimento delas simplesmente porque armazenamos
certa soma de informações intelectuais, teóricas sobre elas.
Saber não é sentir, sentir muito mais importante. Sentir é experimentar.
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Simpatia e empatia |
O cristianismo estimula a simpatia ou a empatia?
Antes
de responder a esta pergunta, que parece óbvia mas não é, vamos
pensar em motivações. São elas que podem nos dizer se o que
fazemos pode ou não ser considerado cristianismo.
Há
diferentes motivações, em geral para ser simpático:
Motivado por causar
uma boa impressão no ambiente
Pessoas
simpáticas são sempre bem vistas, recebem mais oportunidades, mais
elogios. São consideradas pessoas de alto nível, bem relacionadas.É possível que queiram causar boa impressão no ambiente.
Motivado por receber afeto
Há
muitas pessoas carentes de atenção e de afeto e buscam na gentileza
e na cordialidade (muitas vezes forçada) um meio de suprirem esta
necessidade.
Motivado por aumentar a autoestima
As
pessoas em geral gostam de ter uma autoimagem boa, gostam de se olhar no espelho e reconhecerem ali uma pessoa digna, boa, cheia
de virtudes. Uma pessoa simpática desenvolve uma melhor autoimagem.
Devemos pois, ser simpáticos?
Devemos pois, ser simpáticos?
É
óbvio que o cristão deve procurar ser simpático, faz parte do
caráter bem ajustado, é natural que nos empenhemos em ser agradáveis.
Porém lembre-se, posso ser atencioso, cordial e gentil por motivos egoístas. Reflita,qual é sua motivação?
Motivações são fundamentais.
A Bíblia e a empatia
Por
outro lado, só há uma boa razão para ser empático, que
é demonstrar que nos importamos de verdade com o próximo. A palavra
empatia não está na Bíblia, mas seu conceito está claro e patente
por todas as Escrituras. Perceba que demonstrar o amor de Deus ao
nosso semelhante é o que Cristo nos ordenou: "Amarás ao teu
próximo como a ti mesmo" (Mateus 22.39)
Uma
pessoa empática adentra profundamente no sentimento do outro, tanto
as alegrias e quanto os sofrimentos. E isso exige desprendimento e
altruísmo. Exige uma boa dose de amor, pois é necessário é
superar a indiferença, o egocentrismo, os pecados mais comuns em
nossa geração; quando demonstramos empatia estamos nos
sensibilizando pela realidade do outro e isso é, na prática, amar
ao próximo como a nós mesmos.
O escritor bíblico diz que: "Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores." (Tiago 5.13). Dois estados mentais diferentes alegria e aflição. Mas este é um versículo inexplorado por nossos pregadores hoje em dia, infelizmente. O cristão precisa saber o significado disso. Muitos tem dificuldade de demonstrar alegria quando o outro conquista uma vitória, tem algum resultado positivo, alguns por inveja, outros por indiferença. Será que a alegria de nossos irmãos não deve ser a nossa também? Será que não devemos comemorar com eles como se fôssemos nós?
O
empático consegue se unir também ao sofrimento do outro, entender a
causa de sua aflição e se colocar ali no lado, para mostrar que
compartilha daquele momento difícil. Vale muito também orar com
verdadeira intenção pela causa do sofredor, como se fosse realmente
pela nossa vida.
Como ser (mais) empático?
Essa
não é uma tarefa fácil, exigirá muito de nós mesmos. Mas vale a
pena tentar. Alguns pontos a considerar:
Ajude-se para poder ajudar
Adentrar
em profundidade nos problemas dos outros, exige que sejamos sensíveis
e cuidadosos, pois não é saudável também exagerarmos na dose e
acabarmos nos envolvendo demais com as necessidades dos outros, isso se
torna um fardo insustentável. A pessoa que se envolve demasiado com
as necessidades alheias acaba tendo uma péssima saúde mental. É
esse perigo que correm pastores, psicólogos e especialmente
assistentes sociais. Equilíbrio é fundamental, cuide bem de sua
alma e de seu corpo para poder ajudar os outros.
Interrogue seu próprio coração
Pergunte-se:
‘Se eu estivesse nesta situação, como me sentiria? Como reagiria?
De que precisaria?’
Nosso
coração é parecido com o de todos os outros seres humanos, em,
muitas coisas reagimos parecidos ( embora não tudo), por isso faça
um esforço para imaginar-se na situação do outro. Esse esforço
também evitará que julguemos precipitadamente a pessoa em suas
falhas. Às vezes será necessário confrontar um pecado e devemos
fazê-lo, mas com amor. Sempre haverá tempo para a correção e
para edificação, mas é ideal que aprendamos o poder de ser amigo,
cordial e perdoador para com nosso semelhante, para só depois usar a
correção. É mais simples julgar erros do que entender sentimentos, por isso pergunte quais as intenções do seu coração.
Aprenda a ouvir
Não
há empatia sem um ouvido atento. Ouça com atenção aquilo que é
dito. Não dê respostas para perguntas que não foram feitas. Não
use do tom professoral, como " Eu sei exatamente como você deve
fazer, aja desta ou daquela forma.". Seja humilde, seja
cuidadoso, seja amigo. Antes de pensar em responder algo, procure
ouvir atentamente o que está sendo falado. Saber ouvir ajuda a criar
aberturas para que você entenda a realidade do outro e sua forma de
se comunicar.
Aprenda a falar
Utilize
algumas frases, como “entendo como está se sentindo” e “imagino
o que passou”. Isso cria uma relação de proximidade com a outra
pessoa.Olhe nos olhos, olhe mais fundo possível. Sinta compaixão
verdadeira pelo sofrimento do outro. Só depois fale, com calma, fale
pouco, seja breve e profundo. Se não tem o que falar apenas escute,
não invente coisas aleatórias para "preencher o espaço".
Use a Palavra de Deus para confortar o coração.
Conclusão
É
bem claro que existem pessoas muito simpáticas mas nada empáticas.
Elas são superficiais e preocupam-se, de verdade, apenas consigo
mesmas. Estas pessoas precisam aprender a empatia cristã. Sejamos
pois mais empáticos do que simpáticos.
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