Foi-me
bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. Salmo 119.71
Todos nós gostamos de conforto,
de paz e tranquilidade, o cristão não é uma exceção. Ele sabe apreciar os bons
momentos que o Criador lhe proporciona nesta terra.
Mas nem todos os momentos são bons
e o salvo deve entender que há momentos duros nesta vida, momentos de aflição,
e há sempre um bom motivo para que eles ocorram. Um motivo que Deus conhece. O
conforto muitas vezes impede a maturidade, impede o crescimento. O conforto nos
tira do foco da virtude. O sossego nos deixa acomodados, insensíveis.
Por outro lado, a dor nos
aproxima da fonte da graça que é o bendito Espírito Santo. A dor nos sacode,
nos balança, faz com que nos sintamos dependentes, necessitados. A dor deixa
marcas, algumas destas bem profundas; deixam cicatrizes, feridas na alma.
Existem dores violentas, dores
moderadas, dores fracas, mas todas elas têm seu propósito, todas têm o objetivo
definido por Deus. As aflições moldam nosso caráter, quem seríamos nós se
fôssemos sempre tratados com o bom e com
o melhor? Se sempre estivéssemos de excelente saúde, com riquezas, bens e
nenhum sofrimento sentimental nem emocional? Seríamos crentes bibelôs, e não
teríamos estrutura e base para aconselhar os que sofrem. Não seríamos
pacientes, amorosos, empáticos e bondosos. A lei do amor de Cristo nos oferece
um caminho difícil, um caminho duro para chegarmos ao caráter aprovado de filho
obediente.
Seria muito fácil se Deus nos
salvasse e nos retirasse da terra para não lutarmos mais contra o pecado e a
velha natureza, mas não é assim que Deus quer, Ele deseja que aprendamos e nos
edifiquemos mutuamente, e essa aprendizagem é lenta e dolorosa.
A aprendizagem espiritual envolve
dor, envolve esforço, este processo é extremamente complicado, há perdas, há
lutas, crises, choro. Afinal para tornar-se um bom soldado é preciso enfrentar
as batalhas mais duras. Sombra e água
fresca nunca tornaram um cristão mais sábio e mais prudente. A obediência é
aprendida por meio da disciplina e da dor, é por este meio que nossos caminhos são endireitados. A
dor nos ensina, é o caminho da aflição que nos torna mais parecidos com Cristo.
Foi ele quem sofreu sem nenhuma dor merecer.
É bom olharmos para trás e fazer
uma retrospectiva o quanto sofremos e o quanto aprendemos. Passar em revista
nossos erros e acertos, projetos que vingaram e projetos que faliram, e depois
de toda esta reflexão vamos dizer como o salmista:
Foi-me bom ter sido afligido,
para que aprendesse os teus estatutos.
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