Huldreich
Zwínglio (1484-1531) foi um homem formidável, acima de seu tempo.
Viveu pouco tempo (47 anos) e não é tão conhecido hoje como Calvino ou Lutero, no círculo evangélico. Ele
era um teólogo excepcionalmente capaz como Calvino , como
também possuía qualidades de liderança e fibra que se
distinguiam na personalidade de Lutero.
Zwínglio
foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas
suíças. Independentemente de Martinho Lutero, Zwínglio chegou a
conclusões semelhantes pelo estudo das Escrituras. Os dois não
foram influenciados em suas teologias um pelo outro, suas reformas e
inovações se deram em paralelo, naturalmente guiados pelo Espírito
Santo.
Ele foi famoso por propor, assim como Lutero, algumas teses que confrontavam a teologia romana. Os 67 artigos de Zwínglio. Clique AQUI para conhecer os 67 Artigos de Zwínglio.
Ele foi famoso por propor, assim como Lutero, algumas teses que confrontavam a teologia romana. Os 67 artigos de Zwínglio. Clique AQUI para conhecer os 67 Artigos de Zwínglio.
Zwínglio
contrastava de Lutero pois , apesar de enérgico e implacável contra
os desmandos do papa e as heresias romanas , ele sempre contestava
com habilidade e consistência, sem abrir mão da simplicidade e da
diplomacia.
Vamos
a uma breve biografia histórica em que pontuaremos pontos essenciais
de sua teologia.
O
Reformador nasceu na Suíça, no dia 1º de janeiro de 1484 na
pequena cidade de Wildhaus, seu nome Huldrych Zwingli, em português
fica próximo de Ulrico Zwínglio. Seu pai era fazendeiro e juiz
da cidade. Sua família tinha uma boa posição social e financeira,
o que lhe permitiu estudar em importantes escolas daquela época.
Seus pais eram tementes a Deus, e foi educado desde cedo pela
piedade católica logo se destacando por sua inteligência e amor
à verdade. O pai o deixou aos cuidados de seu irmão Bartholomew,
deão em Wesen, que influenciou bastante o humanismo de Zwínglio.
Estudou
na Universidade de Viena, de Basiléia e de Berna. Graduou-se
Bacharel em Artes, em 1504, e Mestre dois anos depois. Na
Universidade de Viena, que se tornara um centro de estudo dos
clássicos através dos trabalhos de distintos humanistas, ele
estudaria filosofia escolástica, astronomia e física, além de
estudar sobretudo os clássicos antigos. Desenvolveria também sua
vocação para a música, tocando vários instrumentos, como o
alaúde, harpa, violino, flauta, saltério e um chifre de caça. Era
conhecido com um grande admirador da arte musical.
Em
1506 Zwínglio tornou-se cônego em Einsiedeln . O que Lutero vira em
Roma, viu Zwínglio em Einsiedeln, misticismo, imoralidade , venda
de indulgências e idolatrias; e o seu zelo na obra da Reforma foi
estimulado pelas deploráveis descobertas que ali fez. Os seus
trabalhos na Ermitagem foram abençoados, e o administrador
Geroldseok e vários monges convertidos.
A
inscrição na porta do convento de Zwínglio que prometia completa
remissão de pecados foi retirada. Existem até mesmo alguns
historiadores costumam apontar este ano, de 1516 , como o início da
Reforma Suíça.
Em
1520 Zwínglio passou por uma profunda experiência espiritual,
causada pela morte de um irmão querido. Dois anos depois iniciou um
trabalho de pregação do evangelho, baseando-se tão somente na
Escritura Sagrada. Ulrich afirmava ensinar o puro Evangelho mesmo
antes que o nome de Lutero fosse conhecido na Suíça, mas com a
diferença de não depender demais dos pais da igreja como o
Reformador alemão. Myconius registra que ele teria pregado a
adoração exclusiva a Cristo ao invés de Maria. Ele também diria
ao cardeal Schinner que o papado não se baseia nas Escrituras. Eram
ensinos inovadores que cairiam como uma bomba na teologia e prática
católicas.
A
cidade de Zurique
Depois
de um ministério fiel de três anos em Einsiedeln, o reitor dos
cônegos da igreja catedral de Zurique convidaram-no para ser seu
pastor e pregador, Ulrich logo aceitou.
Ele
chegaria em Zurique em 27 de dezembro de 1518 afirmando que desejava
cumprir seu chamado fielmente, iniciando a pregação a partir de
Mateus, para expor toda a vida de Cristo perante o povo.
Quando
ele pregava na catedral, multidões se acotovelavam para o ouvir; a
sua mensagem era nova para os seus ouvintes, e expunha-a numa
linguagem que todos podiam compreender. Diz-se que a energia e a
novidade do seu estilo produziu impressões indescritíveis . Era
grande a sua fé no poder da Palavra de Deus para converter as almas
sem explicações humanas.
"No
púlpito", diz Myconius, um de seus amigos e posteriormente
biógrafo, "não poupava ninguém. Nem papa, nem prelados, nem
reis, nem duques, nem príncipes, nem senhores, nem pessoa alguma.
Nunca tinham ouvido um homem falar com tanta autoridade. Toda a força
e todo o deleite de seu coração estavam em Deus e em conformidade
com isso exortava a cidade de Zurique a confiar somente nele".
"Esta maneira de pregar é uma inovação!" – exclamavam
alguns – "e uma inovação leva a outra; onde irá isto
parar?". "Não é a maneira nova", respondia Zwínglio,
com modos cortezes e brandos, "pelo contrário é antiga.
Recordem-se dos sermões de Crisóstomo sobre S. Mateus, e de
Agostinho sobre S. João".
Neste
meio tempo, a Reforma de Lutero na Alemanha começaria a abalar a
igreja. Alguns livros de Lutero seriam reimpressos em Basileia em
1519, sendo enviados a Zwínglio por Rhenanus.
Em
1522 Zwínglio casou-se, em secreto, com uma viúva chamada Ana
Reinhard.
Em 29
de janeiro de 1523, convocada pelo conselho municipal a Primeira
Disputa de Zurique, para resolver a controvérsia religiosa que havia
surgido na cidade. Zurque estava debaixo da jurisdição eclesiástica
do episcopado de Constança, que começou a dar sinais de preocupação
pelo que se estava pregando em Zurique. Quando Zwínglio pregou contra
as leis do jejum e da abstinência, alguns membros da paróquia
comeram carne durante a quaresma, o bispo eleito de Constança
interpôs acusação perante o episcopado. Zwínglio também
criticou o celibato,, indulgências e a Missa Católica.
Oferta
do Papa a Zwínglio
Entretanto
o papa (Adriano VI), que tinha estado a ameaçar a Saxônia com os
seus anátemas, temendo os efeitos de uma segunda reforma, tentou
meios mais conciliadores do que foi tentado com Lutero e enviou-lhe
uma carta com propostas vantajosas em questão de poder eclesiástico,
certificando-o da sua amizade especial, e chamando-lhe seu "amado
filho" . Quando Myconius perguntou ao portador do breve papel o
que era que o papa lhe tinha encarregado de oferecer a Zwínglio,
recebeu esta resposta: "Tudo menos a cadeira de S. Pedro".
Mas Zwínglio negou tal proposta pois não teria como aplacar sua a
consciência, que tal como a de Lutero, estava cativa às
Escrituras.
Zwínglio
foi mais contundente em sua posição, e o Conselho não teve mais
opção senão convocar um debate entre ele e o vigário do bispo
sobre essas doutrinas que ele pregava.
Este
debate, chamado de Primeira Disputa, ocorre em 29 de janeiro de
1523, perante 600 pessoas, incluindo todo o clero e membros do
conselho maior e menor de Zurique. St. Gall foi representado por
Vadian, Berna por Sebastian Meyer, Schaffhausen por Sebastian
Hofmeister. O bispo de Constança enviou seu vicário geral, Dr.
Faber, até aqui amigo de Zwínglio e um homem de grande respeito,
hábil estudioso e hábil debatedor, com outros três conselheiros e
juízes. Faber se recusou a entrar em discussões teológicas
detalhadas, que ele achava ser apropriadas para Concílios ou
Universidades. Zwínglio responderia suas objeções, convencendo a
audiência. Por isto, no mesmo dia, os magistrados decidiriam em
favor de Zwínglio, permitindo que ele proclamasse a verdade,
proibindo também que qualquer sacerdote pregasse algo que ele não
conseguisse demonstrar pelas Escrituras. Esse foi o marco inicial da
Reforma Suíça.
Os 67
artigos de fé
Este
documento composto de 67 Artigos ou Teses, Zwínglio insistia na
autoridade da Bíblia, na supremacia de Cristo, na salvação pela
fé, e no direito ao casamento dos sacerdotes. Clique AQUI para conhecer os 67 Artigos de Zwínglio.
Além
disso, condenava fortemente as práticas romanas não apoiadas pela
Bíblia e suprimiu a missa. Por fim, o conselho da cidade decidiu
aprovar a tese de Zwínglio que ganhou logo foro de legalidade.
Poucos meses depois, o governo de Zurique, na Suíça, resolveu
apoiar Zwínglio e ordenou que ele continuasse pregando.
Em
consequência disto, as taxas de batismo e sepultamento foram
abolidas. Monges e freiras receberam permissão de se casarem. As
imagens e relíquias de culto foram retiradas e proibidas. Os
cristãos começaram a celebrar a Santa Ceia em pão e vinho. E
pregadores leigos levavam as suas doutrinas por todas as regiões da
Suíça.Outros cantões (estados) suíços também aderiram ao
protestantismo.
Enquanto
Lutero conservou o que a Bíblia claramente não proibia, Zwínglio
suprimiu tudo aquilo que a Bíblia não mencionava. Sob sua
orientação, a Bíblia foi traduzida para a língua do povo. Ele
enfraqueceu as finanças romanas pela suspensão dos dízimos.
Em
1522 separou-se definitivamente de Roma e estabeleceu-se em Zurique
como líder do movimento reformador mais radical do que na Alemanha.
A
reforma de Zwínglio foi apoiada pelo magistrado e pela população
de Zurique e levou a mudanças significantes na vida civil e em
assuntos de estado em Zurique. O governo de Zurique anulou a
proibição do bispo, introduziu a língua alemã na liturgia e
aboliu o celibato eclesiástico.
A
Controvérsia de Marburgo
Zwínglio
divergiu fortemente com Lutero sobre a Ceia , esta disputa
eucarística com Lutero durou de 1524 a 1529. Zwínglio ficava em
uma posição intermediária entre Lutero e os anabatistas com
relação ao sacramento da Eucaristia, e com relação aos
sacramentos de um modo geral. Ele considerava os sacramentos como um
sinal de uma graça que o crente já havia recebido, e não de uma
graça ainda por receber, como Lutero entendia. Lutero também
acreditava na consubstanciação,( que é a crença na presença
espiritual de Jesus nas espécies do pão e do vinho. E significa que
Jesus se encontra presente COM a substância do pão e do vinho sem
modificá-las / transformá-las) no ato da Ceia, diferente de
Zwínglio que acreditava na Ceia como memorial , ou seja, os
elementos da ceia são símbolos que apontam para realidades
espirituais. O pão nem se transforma em carne nem tem presente em si
o corpo real de Cristo. O pão representa o corpo de Cristo, assim
como o vinho representa o sangue de Cristo.
Quando
se encontraram em Marburgo, concordaram em 14 pontos de 15. Mesmo no
último ponto, eles concordavam na parte principal, que era a
presença e frutificação espiritual do corpo e sangue de Cristo,
divergindo apenas na presença corporal. Zwínglio demonstraria na
ocasião uma destacada habilidade em debates e superior cortesia e
liberalidade . Lutero teria a impressão que Zwínglio era um “homem
muito bom”, embora de “espírito diferente”.
Morte
em Combate
Em
1531 estourou a guerra entre os cantões católicos e os
protestantes, liderados por Zurique. Zwínglio, homem de gênio
forte, também foi para o campo de batalha, onde morreu no dia 11 de
outubro de 1531.
Zwínglio
morreu, mas o movimento iniciado por ele não morreu. Outros líderes
deram continuidade ao seu trabalho. Suas idéias foram reestudadas e
aperfeiçoadas. As igrejas que surgiram como resultado do movimento
iniciado por Zwínglio são chamadas de igrejas reformadas em alguns
países, e igrejas presbiterianas em outros. Dentre os líderes que
levaram avante o movimento iniciado por Zwínglio destacam-se
Guilherme Farel e João Calvino.
Fontes
https://pastormarcelosantos.wordpress.com/2013/02/28/huldreich-zwinglio-a-reforma-nos-cantoes-alemaes-do-norte-da-suica/
Consultado
em 12 de abril de 2016.
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/2014/03/zwinglio.html
Consultado
em 13 de abril de 2016.
http://cristaosprotestantes.com/portal/?p=474
Consultado
em 10 de abril de 2016.
http://www.mackenzie.br/7063.html
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http://www.e-cristianismo.com.br/historia-do-cristianismo/biografias/vida-e-obra-de-ulrico-zu%C3%ADnglio.html
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http://tcassimiro.blogspot.com.br/2012/10/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_21.html
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http://www.monergismo.com/textos/biografias/zuinglio-sinopse_helio.pdf
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