Por
muito tempo as igrejas protestantes ficaram focadas com os desafios e os novos
rumos da Europa. Missões não era o foco da Igreja, e muito do trabalho
evangelístico realizado até então não era intencional, como por exemplo, os
imigrantes oriundos de países protestantes, que ao desbravar e explorar suas
colônias (nas Américas, África e Ásia), comunicava a sua fé através da cultura
que apresentavam ou impunham aos moradores locais.
Com o
seu zelo por Cristo, os irmãos morávios escreveram uma das páginas mais nobres
das missões cristãs em todos os tempos. Nenhum grupo protestante teve maior
consciência do dever missionário e nenhum demonstrou tamanha consagração a esse
serviço em proporção ao número de seus membros. Seu grande líder inicial e
incentivador na obra missionária foi o piedoso conde alemão Nikolaus Ludwig Von
Zinzendorf (1700-1760).
Numa viagem a Copenhague para assistir a
coroação do rei dinamarquês Cristiano VI, o conde Zinzendorf conheceu alguns
nativos das Índias Ocidentais e da Groenlândia. Regressou a Herrnhut, na
Saxônia, a sede do movimento, cheio de fervor missionário. Herrnhut, na
Alemanha, tornou-se um vigoroso centro de atividade missionária, iniciando
missões no Suriname, Costa do Ouro, África do Sul, Argélia, Guiana, Jamaica,
Antigua e outros locais. Em 1748, foi iniciada uma missão aos judeus em
Amsterdã. Até 1760, o ano da morte de Zinzendorf, os morávios haviam enviado
226 missionários a dez países e cerca de 3.000 mil conversos tinham sido
batizados. Outros locais alcançados posteriormente foram o Egito, Labrador,
Espanha, Ceilão, Romênia e Constantinopla. Em 1832, havia 42 estações
missionárias morávias ao redor do mundo.
A
convivência com alguns morávios causou profundo impacto em João Wesley e
contribuiu para a sua conversão e o surgimento do metodismo. William Carey, o
pioneiro das missões batistas, os admirava grandemente e apelou para o seu
exemplo de obediência. Eles também inspiraram a criação de duas das primeiras
agências protestantes de missões – a Sociedade Missionária de Londres (1795) e
a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (1804).
William Carey (1761 - 1834 d.C.)
Inglaterra,
século XVIII. Um sapateiro e pregador leigo chamado William Carey sente-se
chamado para o trabalho transcultural na Índia. Após muito trabalhar, Carey
conseguiu comprar as passagens e embarcou para a Índia numa viagem de navio que
durou 5 meses, juntamente com sua esposa Doroty e cinco filhos, o menor com
cerca de 3 meses de idade. Permaneceu naquele País durante 41 anos. Traduziu a
Bíblia inteira para o Bengalês, Sanscrito e Marathí, e o Novo Testamento para
várias outras línguas; fundou escolas cristãs, foi usado na conversão de grande
número de hindus e na formação de várias Igrejas, além de discipular vários
pregadores nativos. Sem dúvida, ele fez a Índia sentir a mensagem do Evangelho,
porém, nestes 41 anos de trabalho Missionário. o que poucos sabem é que ele e
sua família tiveram tempos críticos: doenças, mortes, fome, falta de um teto
onde pudessem dormir e a falta de sustento financeiro por parte de inúmeras
igrejas Inglesas. Mas não esmoreceu. Através de suas habilidades e profissões,
conseguiu diversos empregos. Mas a Igreja Inglesa perdeu uma rica oportunidade
de financiar a Evangelização da Índia.
Será
que você pode fazer várias coisas de uma só vez e fazer todas bem feitas?
William Carey, uma menino inglês, aprendeu fazer sapatos com seu pai. Certo dia
encontrou um Novo Testamento escrito com letras estranhas. Ao indagar seu idoso
professor, ele lhe explicou que eram palavras gregas.
William
ficou tão interessado na língua antiga que procurou outros livros escritos em
grego até que aprendeu a ler esta língua. Ele sustentava a família fazendo
sapatos e ao mesmo tempo estudava outras línguas tais como Hebraico, Latim,
Grego, Alemão e Francês.
-
Talvez algum dia Deus vai me usar. Não devo perder tempo - pensou ele.
William
tornou-se professor. Durante o dia ensinava e continuou fazendo sapatos à
noite. Ensinando, fazendo sapatos e estudando. Fazia tudo de uma vez e não
tinha tempo a perder!
Ele leu
a história da vida de David Brainerd, missionário aos índios norte americanos.
Enquanto lia, sentiu vontade de gastar sua vida assim. Dizem que neste tempo
ele nunca fazia uma oração sem implorar a Deus para deixá-lo ir ajudar os
pagãos. Naquela tempo, 200 anos atrás, as igrejas na Inglaterra não enviavam
missionários. De fato, ninguém parecia se importar que milhões de pessoas ainda
não tinham ouvido que Jesus morreu na cruz para salvar os pecadores. Ele orava
por estas pessoas perdidas.
Ninguém
prestou atenção quando Carey disse que queria ser missionário. Um pastor lhe
disse:
-
Rapaz, quando agradar a Deus converter os pagãos, Ele o fará sem o seu auxílio.
Mas ele
não desistiu pois sabia que Deus assim desejava. "Escreva um folheto
mostrando a necessidade de missões. Eu pagarei a conta para publicá-lo."
Ele resolveu que, se ninguém o ajudasse a ir ao campo missionário, ele deveria
seguir e confiar em Deus para seu sustento. Agora ele pôde ver a razão dos
longos anos de estudo. Todas as línguas aprendidas seriam necessárias para seu
trabalho! Ninguém estava mais bem preparado para ser um missionário do que
Carey.
Este
pobre sapateiro, com amor às almas perdidas, tornou-se um dos maiores
missionários batistas. Ele batizou o primeiro convertido numa terra onde agora
há milhões de cristãos. Ele traduziu a Bíblia, ou partes da Bíblia em mais de
uma dúzia de línguas. Ele é conhecido hoje como "o Pai das Missões
Modernas".
James Hudson Taylor
James
Hudson Taylor, nasceu em 1832, na cidade de Barnsley, em Yorkshire, na
Inglaterra. Era de família metodista, e recebeu muita influência espiritual de
seus pais e avós, bem como seus irmãos William e Amélia. Seu pai, um farmacêutico, sempre teve preocupação com a condição
espiritual da China, e sempre que tinha oportunidade, realizava reuniões
especiais para discutir como poderia ajudar aquele tão grande país.
Quando
Hudson tinha apenas cinco anos, ele disse ao seu pai: “Quando eu crescer serei
um missionário na China”. Em junho de
1849, aos dezessete anos, Hudson
compreendeu o plano da salvação, e como resultado, entregou sua vida a Jesus.
Neste mesmo ano, sentiu a chamada do Senhor para trabalhar como missionário na
China. Hudson soube da grande necessidade de médicos na
China, e assim começou a estudar medicina, a fim de estar preparado para o
campo em que iria trabalhar. Além disso, estudou Teologia, Latim e Grego. Um certo dia, quando evangelizava os pobres,
um certo homem lhe pediu que fosse orar por sua esposa que estava morrendo em
casa. Ao chegar ali, viu uma casa cheia de crianças passando fome, e a mãe que
estava muito enferma. Compadecido daquela situação, depois de orar, tirou do
seu bolso a única moeda que tinha, o sustento da semana, e ofereceu ao casal.
Milagrosamente, naquele mesmo dia, alguém lhe procurou e trouxe um envelope
cheio de dinheiro. Esta experiência ensinou a Hudson Taylor que Deus era o seu
provedor.
Hudson
decidiu que haveria de trabalhar no interior da China, onde o evangelho não
tinha sido levado. Assim, ele começou o seu trabalho distribuindo literatura e
porções bíblicas para as vilas ao redor de Xangai, sendo uma delas Sungkiang.
Ao estar no meio do povo, ele notou como as pessoas o olhavam diferente por
causa de sua roupa ocidental. Sendo assim, ele decidiu adotar os costumes da
terra, vestindo-se como um chinês, deixando seu cabelo crescer e fazendo uma
trança, como os outros chineses. Este ato conquistou o respeito de muitos
chineses, porém, para os missionários ocidentais, uma falta de senso.
Em 1856, Hudson começou a trabalhar na cidade
proeminente de Ningpo. Ali, se casou em janeiro de 1858 com a senhorita Maria
J. Dyer, filha de missionários, porém orfã, que trabalhava numa escola para
meninas. Um ano depois, Hudson assumiu a direção da Missão Hospitalar de
Londres em Ningpo. Não só Deus o prosperou, como muitos dos doentes aceitaram a
Jesus e se recuperaram de suas enfermidades.
Taylor
viu a necessidade de ter uma missão que suportasse e direcionasse novos missionários no interior da China.
Para este fim, é que a “Missão para o Interior da China” foi fundada. Durante o
tempo que esteve na Inglaterra, enviou cinco obreiros para a China, e em 1864,
Hudson pediu a Deus 24 missionários, dois para cada província já evangelizada
no interior e dois para a Mongólia. Deus assim cumpriu o seu desejo, e em 26 de
maio de 1866, Hudson e Maria, seus quatro filhos e os 24 missionários estavam
embarcando no navio Lammermuir em direção à China.
Em um
período de três anos, Hudson sofreu a perda de sua filha mais velha Gracie, seu
filho Samuel, seu filho recém-nascido, e em julho de 1870, sua esposa também
morre de cólera. Mesmo passando por este vale, Hudson Taylor não desistiu de
sua chamada para a grande China.
Em
1871, quando voltava para visitar o restante de seus filhos que haviam sido
enviados à Inglaterra, Taylor teve a oportunidade de viajar com uma grande
amiga e missionária na China, Jennie Faulding, com a qual se casou em 1872 na
Inglaterra. Em 1882, Hudson orou ao Senhor por 70 missionários, e fielmente
Deus proveu os missionários e o suporte para cada um deles. Em 1886, Hudson
toma outro passo de fé, e pede ao Senhor 100 missionários. Milagrosamente, 600
candidatos se escreveram vindos da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, se
prontificando para o trabalho. Em novembro de 1887, Hudson anuncia alegremente
a partida dos cem missionários para a China.
O
trabalho da Missão se espalhou por todo o interior do país, segundo o desejo de
Hudson Taylor, e no final do século, metade de todos os missionários
evangélicos do país estavam ligados à Missão.
Durante
os próximos quinze anos, Hudson dispendeu o seu tempo visitando a América,
Europa e Oceania, recrutando missionários para China. O desafio agora não era
apenas de cem, mas de mil missionários.
Em
abril de 1905, com 73 anos, Hudson Taylor faz a sua última viagem à China. Após
haver percorrido todos as missões estabelecidas pela sua pessoa, Hudson Taylor,
estabelecido agora na cidade de Changsa, deitou-se numa tarde de 1905 para
descansar, e deste sono acordou nas mansões celestiais.
Adoniram Judson
Adoniram
Judson (1788 - 1850), foi o primeiro
missionário cristão na Birmânia, que, por 30 anos, perseverou no seu trabalho
de evangelização, apesar das doenças e perseguições constantes que sofria por
pregar o Evangelho naquele país.
Aquele
amor à Palavra de Deus tinha história. Adoniram Judson nasceu em Malden, no
estado americano de Massachussetts. Filho do pastor congregacional Adoniram
Judson e de Abigail Brown Judson, o jovem Adoniram trabalhou arduamente num
moinho do pai. Tinha de caminhar muito até chegar à escola e tinha intensa
devoção à Igreja.
A sua mãe ensinou-lhe a ler um capítulo
inteiro da Bíblia quando tinha apenas quatro anos. Nos anos seguintes, frequentou
a New London Academy e depois a Brown University, onde entrou com apenas 16
anos. Naquele período em que o ateísmo, proveniente da França, chegava com
força aos Estados Unidos, o jovem Adoniram teve uma crise existencial. Recém
diplomado, aos 19 anos, ele surpreendeu os pais quando disse que não acreditava
mais na existência de Deus e que iria escrever peças de teatro. Estava-se no
ano de 1807.
Saiu de casa, mas, quando seguia para a
casa de um tio, teve uma experiência que mudou a sua vida por completo. No fim
de uma noite, procurou um lugar para dormir numa pensão. O proprietário disse
que só tinha um quarto que ficava ao lado de outro em que estava uma pessoa
muito doente. A voz agonizante de um homem no quarto ao lado só o deixou dormir
ao fim da madrugada. Ao acordar, Adoniram soube que aquele homem havia morrido,
e tomou um susto ao saber que se tratava de Jacob Eames, um céptico e descrente
que ele conhecera na faculdade; e que também abandonara o Evangelho pelos
ideais ateístas.
A notícia
da morte de Eames atingiu o seu coração como uma flecha. Foi, então, para
Plymouth, onde assistiu a dezenas de palestras de pregadores cristãos. Em 1808,
decidiu estudar para o ministério e entrou no seminário teológico de Andover.
No ano seguinte, fez uma profissão pública de fé na igreja do pai e sentiu o
desejo de tornar-se missionário.
Na
época, escrevia a Ann, então sua noiva: Em tudo o que faço, pergunto a mim
mesmo: Isto agradará ao Senhor? [...] Hoje, tenho sentido grande alegria
perante o Seu trono.
Os pais de Judson queriam que ele aceitasse
pregar numa igreja de Boston, mas recusou o convite. Tinha o mundo no seu
coração. Em Fevereiro de 1810, fundou, com quatro amigos pastores, a Junta
Americana de Missões Estrangeiras, ligada à Associação Geral de Ministros
Congregacionais de Bradford, em Massachussetts.
Casou-se com Ann em 5 de Fevereiro de 1812, e
apenas 12 dias depois, o casal partiu para Calcutá, na Índia, junto com os
quatro pastores amigos de Judson. Ann foi a primeira missionária a deixar os
EUA. Durante a viagem, dedicaram-se ao estudo das Escrituras. No entanto, ao
chegarem a seu destino, a guerra fez com que eles deixassem o país. Como havia
uma embarcação pronta para ir a Rangum, na Birmânia, o casal decidiu viajar
nela. O percurso não foi fácil. Ann, que estava grávida, adoeceu no navio. Deu
à luz o seu primeiro filho, que morreu em seguida. Eles chegaram a Rangum
exaustos, em Julho de 1813. Ann, muito adoentada, desembarcou numa padiola.
Aquela experiência era um preliminar do que o casal ainda haveria de enfrentar.
Em Novembro de 1825, ele viu a segunda filha do casal, Maria, morrer de febre
amarela. Em Outubro de 1826, Ann faleceu, também vítima da doença.
Adoniram mudou-se, então, para o interior
da Birmânia, onde completaria a tradução do Antigo Testamento para o birmanês,
em 1834, no mesmo ano em que se casou pela segunda vez, com Sarah, com quem
teve oito filhos. Em 1837, Adoniram concluiu a tradução do Novo Testamento. Em
1845, Sarah faleceu, e ele retornou aos Estados Unidos, 33 anos depois do
início da sua viagem à Ásia. Tanto interesse gerado pela sua experiência na
Birmânia rendeu a Judson uma plateia inesperada. Grandes multidões corriam para
ouvi-lo pregar em solo americano, pois tornara-se numa lenda.
Em Junho de 1846, casou-se pela terceira
vez, com a escritora Emily Chubbock, e voltou no ano seguinte para a Birmânia
para revisar mais uma vez o dicionário birmanês-inglês que concluíra em 1826.
Muito doente, Judson foi aconselhado a
fazer uma viagem marítima para se recuperar, mas veio a falecer no navio, em 12
de Abril de 1850. Emily morreu quatro anos depois. Mas a frase que ele mais
repetia nas suas pregações tornou-se uma realidade: Eu não deixarei a Birmânia
até a mensagem da cruz ser plantada aqui para sempre. Palavras proféticas de um
verdadeiro herói da fé.
Fontes
upaipved.blogspot.com.br
ediresposta.blogspot.com.br
semearemvidas.webnode.com.br
carlosalopes.blogspot.com.br
sepoangol.org
www.iqc.pt
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