"Bem-aventurados
os pobres de espírito,
pois deles é o Reino dos céus.
Mateus 5.3
Nossa sociedade costuma inverter as coisas a
ponto de “pobre de espírito” ser
considerado uma ofensa, algo ridículo. Para muitos, o termo denota alguém sem
virtude, baixo, vil, sem coração, desafeiçoado, rude.
Já vi frases dizendo:
Já vi frases dizendo:
Inveja é coisa de gente pobre de espírito.
Não espere atitudes nobres deste pobre de espírito.
Enquanto o sábio agradece, o pobre de espírito
reclama.
Não é nada disso que significa pobre de espírito. De
fato é totalmente o oposto. Pobreza não é defeito, e já vamos entender porque.
O termo bem-aventurado lá no texto grego do Novo Testamento, está escrito makários (μακαριος / μακάριος), significa muito próspero, excepcionalmente feliz, suprido com abundância. Na locução pobre de espírito, o termo grego usado para pobre é ptokhós que significa mendigo ( literalmente =aquele que se agacha e se encolhe). De fato os termos parecem contrários um ao outro, como se fossem antagônicos. Bem aventurado o Pobre - makários e ptokhós.
Cristo foi intencionalmente contraditório ao dizer que próspero é aquele que for pobre. A pobreza é considerada um problema, um defeito, uma lástima, sempre foi considerada assim e sempre será. Mas Jesus não cogitava desta forma. Vamos ilustrar o ponto: Um mendigo na beira da estrada pedindo esmola, doente e repugnante, cheio de feridas e de sujeira acumulada no caminho. Não é uma imagem de alguém que pareça ser muito próspero e feliz, não notamos nenhuma riqueza ali, nenhuma abundância de provisão. Não nos parece direito dizer que um mendigo pode ser bem-aventurado.
O termo bem-aventurado lá no texto grego do Novo Testamento, está escrito makários (μακαριος / μακάριος), significa muito próspero, excepcionalmente feliz, suprido com abundância.
Cristo foi intencionalmente contraditório ao dizer que próspero é aquele que for pobre. A pobreza é considerada um problema, um defeito, uma lástima, sempre foi considerada assim e sempre será. Mas Jesus não cogitava desta forma. Vamos ilustrar o ponto: Um mendigo na beira da estrada pedindo esmola, doente e repugnante, cheio de feridas e de sujeira acumulada no caminho. Não é uma imagem de alguém que pareça ser muito próspero e feliz, não notamos nenhuma riqueza ali, nenhuma abundância de provisão. Não nos parece direito dizer que um mendigo pode ser bem-aventurado.
De fato, ser pobre de bens não garante pobreza de espírito e nem felicidade. Assim como a própria riqueza, em si, não gera felicidade. Na verdade os pobres financeiramente possuem mais chance de compreenderem a verdade de sua miséria e insignificância do que os ricos.
O pobre de espírito é alguém profundamente consciente de que sem o auxílio divino ele se torna miserável e completamente carente de valor, sentido e de significado, sua existência é um fracasso total, ele é irrelevante. É um senso de mais profunda e completa humildade. Mas não a humildade de alguém que é grande e se rebaixa por modéstia, mas a humildade de um mendingo andrajoso perante um soberano ou imperador.
Pobre de espírito é aquele
que, não importando as condições materiais ou sociais em que se
encontra, sabe que depende única e exclusivamente de Deus e que em si mesmo é
nada. Ele sabe que somente no Senhor é que ele terá a provisão para ser feliz.
Em resumo, é um espírito humilde.
Um pobre pedinte
não é necessariamente feliz, mas pode tornar-se, independente das
circunstâncias extremamente adversas que se encontra. Depende de seu coração
para com Deus.
Ao contrário, quem acha que pode prover de tudo
para ser feliz, se percebe rico, saudável, belo, talentoso, olha-se como um ser
excelente e cheio de virtudes, e que não precisa de Deus para ser feliz. Este
não pode ser chamado de pobre de espírito, ele
confia em seus próprios recursos para conquistar sua felicidade, é um espírito arrogante e orgulhoso.
Jesus não chama o "cheio de si mesmo"
de bem-aventurado, pelo contrário, ele diz que o "vazio de si mesmo"
o pobre de espírito, este é o excepcionalmente feliz. O cheio de si mesmo é o
homem vaidoso, iludido em sua aparência e sua vã formosura.
Podemos dizer que o pobre de espírito é um vazio
de si mesmo, ele é consciente de sua total miserabilidade e falta de valor
intrínseco como pessoa.
Jesus exalta o pobre de espírito e
certamente rejeitaria o moderno humanismo, a crença que o ser humano, cheio de virtudes
e capacidades, é capaz de proezas que superarão qualquer dificuldade. Usam o
lema “o homem basta a si mesmo, não precisa de Deus nem religião” e idolatram o
prazer e a auto-satisfação
Mas como considerar-se feliz, se o fiel muitas
vezes passa por apertos, lutas e dificuldades? Como ser feliz quando o
mundo não gozamos de riquezas, nem confortos, nem abundâncias? Exatamente, essa é
a questão. Jesus está ensinando o pobre de espírito a olhar além daqui, da sua realidade local e
social, ele ensina a olhar a recompensa, olhar o tesouro prometido aos humildes
de coração, a herança na glória, o Reino dos Céus. A vitória está além da
vista, na glória onde nenhum olho humano jamais viu. As maravilhas são
incalculáveis, perenes e imensuráveis.
O pobre de espírito está consciente de sua condição e dependência – ele se enxerga totalmente incapaz de ser
feliz por si mesmo, de confiar em seus recursos. A maioria dos pobres de
espírito não tem realmente muitos recursos para confiar. E isso pode ser uma bênção para eles.
Ser pobre de espírito não significa, necessariamente, ter carência de recursos financeiros, mas é mais fácil
quando não se tem muitos recursos
reconhecer que dependemos
unicamente de Deus. Nosso orgulho é quebrado com mais facilidade quando
percebemos que só Deus tem condições de dar sentido à nossa vida.
A questão não é ocultar do coração o que
temos.... a questão é atribuir Glória ao Senhor. O orgulhoso vê a si mesmo como
cheio de virtudes, qualidades e recursos, mas não reconhece que só Cristo para
lhe conceder a eterna felicidade. É moldado pelo espírito do humanismo.
Não é difícil de responder qual dos dois será eternamente mais feliz, o
humilde ou o orgulhoso. O orgulhoso não reconhece que Deus concede riquezas a quem ele bem desejar, por isso o arrogante está longe da pobreza de espírito necessária.
Nosso Deus acolherá os pobres de espírito, os mais do que humildes, para que sejam povo seu e herança sua nos Reino dos Céus.
Nosso Deus acolherá os pobres de espírito, os mais do que humildes, para que sejam povo seu e herança sua nos Reino dos Céus.
Original publicado em 20 de nov de 2017.
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