Concluído em 451 D.C
Todo
aquele que quer ser salvo, antes de tudo deve professar a fé
católica. Quem quer que não a conservar íntegra e inviolada, sem
dúvida perecerá eternamente.
E
a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a
Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a
substância.
Pois
ua é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo;
Mas
uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual
a glória, coeterna a majestade.
Qual
o Pai, tal o Filho, tal também o Espírito Santo.
Incriado
é o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo.
Imenso
é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo.
Eterno
o Pai, eterno o Filho, eterno o Espírito Santo;
Contudo,
não são três eternos, mas um único eterno;
Como
não há três incriados, nem três imensos, porém um só incriado e
um só imenso.
Da
mesma forma, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito
Santo é onipotente;
Contudo,
não há três onipotentes, mas um só onipotente.
Assim,
o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus;
E
todavia, não há três Deuses, porém um único Deus.
Como
o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor, o Espírito Santo é
Senhor;
Entretanto,
não são três Senhores, porém um só Senhor.
Porque,
assim como pela verdade cristã somos obrigados a confessar que cada
pessoa, tomada pela verdade cristã somos obrigados a confessar que
cada pessoa, tomada em separado, é Deus e Senhor, assim também
estamos proibidos pela religião católica de dizer que são três
Deuses ou três Senhores.
O
Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem negado.
O
Filho é só do Pai; não feito, nem criado, mas gerado.
O
Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito, nem criado, nem
gerado, mas procedente.
Há,
portanto, um único Pai, não três Pais; um único Filho, não três
Filhos; um único Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
E
nesta Trindade nada é anterior ou posterior, nada maior ou menor;
porém todas as três pessoas são coeternas e iguais entre si; de
modo que em tudo, conforme já ficou dito acima, deve ser venerada a
Trindade na unidade e a unidade na Trindade.
Portanto,
quem quer salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.
Mas
para a salvação eterna também é necessário crer fielmente na
encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.
A
fé verdadeira, por conseguinte, é crermos e confessarmos que nosso
Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.
É
Deus, gerado da substância do Pai antes dos séculos, e é homem,
nascido, no mundo, da substância da mãe.
Deus
perfeito, homem perfeito, subsistindo de alma racional e carne
humana.
Igual
ao Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade.
Ainda
que é Deus e homem, todavia não há dois, porém um só Cristo.
Um
só, entretanto, não por conversão da divindade em carne, mas pela
assunção da humanidade em Deus.
De
todo um só, não por confusão de substância, mas por unidade de
pessoa.
Pois,
assim como a alma racional e a carne é um só homem, assim Deus e
homem é um só Cristo;
O
qual padeceu pela nossa salvação, desceu aos infernos, ressuscitou
dos mortos, subiu aos céus, está sentado à destra do Pai, donde há
de vir para julgar os vivos e os mortos.
À
sua chegada todos os homens devem ressuscitar com os seus corpos e
vão prestar contas de seus próprios atos;
E
aqueles que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna; aqueles
que tiverem praticado o mal irão para o fogo eterno.
Esta
é a fé católica. Quem não a crer com fidelidade e firmeza, não
poderá salvar-se.
“Também
falarei dos teus testemunhos na presença dos reis, e não me
envergonharei”.
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