Sabedoria é a ciência da Paz. Tiago 3.13

"Quem dentre vós é sábio e entendido?  Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. 

Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz. 

Tiago 3.13 -18.

Existem dois tipos de sabedoria, a que vem do céu e a que vem da terra. Uma vem de Deus e outra vem do diabo, e não há exceções. A bíblia não se refere a e uma sabedoria que venha do próprio homem. Ou somos sábios como Deus quer ou seremos sábios como Satanás quer. Neste texto eu explico como isso ocorre.

 Tiago, está preocupado com conceito de sabedoria que a Igreja possui, por isso, começa perguntando  seus leitores: "quem dentre vós é sábio e entendido?" . Quem seriam os entendidos entre eles? Quem eram os  que se diziam sábios?

Sem esperar resposta ele se adianta e ensina que somente pela conduta pessoal seria possível verificar a sabedoria de alguém. Ele também destaca um ingrediente especial que os sábios demonstram ter em suas vidas: a mansidão. 

Então,  para realizarmos uma comparação bem didática.

Em primeiro lugar a sabedoria de Deus é mansa.

Mansidão

Mansidão não é fraqueza como muitos pensam, Jesus mesmo diz que os mansos herdarão a terra (mateus 5.5), e mais, ele  diz de si: “eu sou manso e humilde de coração …” (mateus 11.29). O manso não se apressa em maldizer, não tem pressa de agir quando está irado. O manso é alguém que possui domínio próprio, temperança,  sabe tolerar os fracos e os ignorantes, e mesmo não sendo negligente. Mansidão é bênção e devemos cultivá-la em nossa vida:“uma língua mansa é uma árvore da vida …” (provérbios 15.4).

Pureza

Um coração sábio é um coração puro, não está cheio de pretensões malignas, não está cheio de cobiças mundanas. Pelo contrário, a mente sábia cogita o bem, as coisas nobres, as coisas puras.

Pacífica 

Homens de bem procuram a paz e também buscam apaziguar as pessoas. Não estão sempre procurando polêmicas e confusões e também não se alegram com atritos e brigas. Homens sábios são  pacíficos,  sabem esperar, sabem ouvir e sabem julgar com justiça.

Moderação

A moderação em tudo é proveitosa, pois não  é bom exagerarmos em nada. O verdadeiro entendimento mora na moderação, moderação dos lábios, do sono, da alimentação, do repouso, do trabalho,  da ira, em tudo, ser moderado agrada a Deus. A única coisa que não devemos moderar é o amor dispensado a Deus e ao nosso próximo. A sabedoria terrena leva aos vícios, aos exageros, às compulsões por comida, por sexo, por drogas.

Tratável 

Pense naquela pessoa dura, difícil de conversar, que está sempre pronta a usar uma ironia, ou ser áspera, e não tem a mínima vontade de ouvir ninguém, eis a definição de alguém intratável.  Nossa geração  entende que pessoas intratáveis são fortes, "tem personalidade" como dizem. Na verdade são tolos no sentido mais exato da palavra.  Pelo contrário, aquela pessoa gentil, simpática, cordial, que sabe ouvir sem reclamar, sabe dizer uma boa palavra, na hora certa, esta é uma pessoa tratável. Pessoas cheias da sabedoria do céu são pessoas extremamente tratáveis.

Cheia de misericórdia 

A sabedoria de Deus é misericordiosa. Isso significa que o sábio segundo o padrão celeste não tem na vingança o seu prazer, mas fica feliz em poder exercer o perdão e a misericórdia. Ser misericordioso é ser compreensivo para com as falhas dos outros, ser tolerante. A sabedoria terrena quer tirar vantagem de tudo, quer destruir o outro que se lhe interpõe no caminho. Mas não é assim que um misericordioso age. O perdão é o grande diferencial da vida do sábio em Deus.

Frutifica

Frutificar, dar fruto, e fruto bom. Este aspecto está intimamente ligado ao que Tiago havia falado anteriormente: "quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria". Não há como ser sábio e não demonstrar isso na prática, com suas obras. O sábio age com sabedoria, mas não a terrena, mas a do céu.

Depois podemos comparar com a sabedoria terrena:

Amarga inveja

Um coração cheio e inchado com a sabedoria da terra é invejoso, não se contenta com a porção que Deus lhe deu, alguém invejosos vive se comparando, se medindo. Por ter inveja o coração se torna um poço de amargura.

Espírito faccioso

Junto disso há o espírito faccioso, que causa contenda, divisão. Este é o espírito de divisão que divide e causa estremecimentos na comunhão. Quem causa divisão é atrevido, arrogante e tempestuoso e vive no padrão de satanás, causa confusão, perturbação e todo tipo de obra perversa.

Parcialidade 

Este não é um fruto da sabedoria de Deus. Parcialidade é fruto da sabedoria mundana. Essa faz acepção entre ricos e pobres, magros e gordos, feios e bonitos, eruditos e incultos, etc.. Os sábios segundo o céus não agem desta forma, privilegiando alguns em detrimento de outros, por preconceito.

Hipocrisia 

Mais um fruto da sabedoria mundana. O hipócrita age dissimuladamente, enganando, iludindo, falseando suas verdadeiras intenções, camuflando seus verdadeiros sentimentos. E para que? Para levar vantagens sobre as pessoas, para "sair por cima" , para mostrar-se superior. O hipócrita detesta demonstrar sua fragilidade e fraqueza, por isso  forja uma máscara para si mesmo de acordo com as situações. Esse não é o conhecimento que vem de Deus.

Sobre a sabedoria,  Tiago encerra reforçando a ideia central, de que o homem sábio sempre procura a  paz. Esse sempre será o tema da verdadeira e pura sabedoria de Deus.

O ser humano deve ser sábio e procurar exercer a justiça pela paz e não procurar executar a justiça através de meios belicosos, trazendo todo tipo de dureza, de agressividade em nome de uma "justiça". A sabedoria está em trazer a justiça mediante a paz. Não que a paz seja alcançada sempre sem conflitos, mas que estes sejam sempre minimizados e os conflituosos sejam tratados com amor, mansidão e misericórdia. Saber fazer a paz é  sabedoria, ser um pacificador é ser sábio. Poderíamos resumir que Sabedoria é a ciência da Paz.