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Piedade e conhecimento de Deus.




“Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade; Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e 
da que há de vir.”

 I Timóteo. 4.7-8



Piedade e conhecimento de Deus não são termos contrários, são apenas diferentes. Apesar disto muitos dentre os cristãos entendem que onde há abundância de conhecimento há de se ter  pouca comunhão com Deus.
Percebemos que existe em muitos segmentos,  uma tensão  que encontra incompatibilidade entre  erudição e  piedade. Esta não é uma tensão natural, é apenas aparente. Ela é constatada geralmente por indivíduos preocupados com o fervor na espiritualidade. Estas pessoas entendem que existe uma supervalorização do formalismo acadêmico, engessando, ou impedindo o desenvolvimento da vida espiritual.

Esta tensão, porém não parte apenas dos incultos, há também  eruditos que enxergam desta forma.





 Não estudioso mas entusiasmado
   
Há entre os não acadêmicos uma tendência a exagerar a importância do fervor em detrimento do conhecimento, estes entendem que há  orgulho por parte dos "doutores" e "mestres" pois exibem  sua elevada instrução menosprezando os menos cultos.

Essa soberba, embora possa existir efetivamente em alguns casos, não é regra geral do que ocorre entre os eruditos cristãos. Adquirir conhecimento  teológico avançado não é privilégio de muitos e quem pode  alcançar deve ser grato a Deus por esta dádiva.

É importante ressaltar que não é através  da amplitude  do conhecimento doutrinário que se adquire fervor espiritual pois estas coisas não estão automaticamente relacionadas. Adquirir conhecimento doutrinário é bem mais fácil do que crescer em piedade. Leitura de  bons livros, participação em cultos e palestras, seminários, assistência de vídeos , tudo isso faz-nos adquirir mais  erudição, e isso é bom e fundamental, mas ainda não é tudo.
Há quem tenha uma mente bem exercitada na compreensão intelectual, mas não aprendeu a deixar descer o conhecimento da cabeça para o coração, sendo assim inútil para às boas obras cristãs.

A Piedade porém é excelente. Não se pode viver piedosamente sem que isso  gere uma vida digna e condizente com os valores do evangelho. A Piedade sempre é prática, nunca teórica.
  
Piedade, do latim Pietate - significa ter amor e respeito às coisas religiosas; devoção, religiosidade (Houaiss, 2011).

Aperfeiçoar-se na piedade é um processo muito mais amplo e profundo do que se possa imaginar. É preciso  que o conhecimento de Deus adentre raízes em nosso ser, nos faça devotos.
A devoção é parte essencial de uma vida piedosa, pois de maneira nenhuma nossas afeições serão voltadas inteiramente para Cristo sem que elas estejam antes moldadas pela devoção. Um homem devoto é um homem comprometido seriamente com Deus, ele não se intimida  pelas contraposições levantadas pelos que se julgam sábios  em si mesmos ( pelos que são na verdade inimigos de Deus).





Estudioso mas demasiado crítico

Por outro lado, há também os intelectuais  e eruditos que insurgiram-se contra movimentos espirituais, pois, no seu ponto de vista, grassava a ignorância e o misticismo nestes lugares. Normalmente, entendem que tais movimentos impedem o verdadeiro desenvolvimento saudável por estarem deixando as questões cruciais da teologia de lado.
Por serem demasiado críticos acabavam deixando de crer em intervenções sobrenaturais de Deus na história, tornando-se muitas vezes, teólogos frios e incrédulos, chamados de liberais.





 Quais dos grupos tem a razão?


A resposta parte de uma citação do teólogo João Gill sobre  o que seria piedade cristã:  “Isto é nada mais que a devoção interna da mente e zelo espiritual no serviço a Deus; é a disposição santa da alma p ara com Deus.”
O zelo espiritual e a devoção da mente são encontrados apenas nas almas piedosas, que se esmeram por aplicar à sua vida a santidade, a pureza e a disposição para servir a Deus.
Quem   possui piedade tem uma qualidade moral particular e manifesta a disposição estável de praticar o bem. Ele não é incrédulo nem místico.

Mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada ação boa, trata-se de uma verdadeira inclinação irreprimível em fazer o que é justo é certo, mesmo em detrimento  do próprio bem estar. Quem age realmente desta forma não se furta de buscar o conhecimento divino em todo momento e de toda a forma possível. Não haverá teólogo mais interessado, mais dedicado ao estudo do que o cristão piedoso. Sua vida refletirá os bons ensinamentos que apreende e ele não deixará de ler bons livros de autores dotados de sabedoria e graça dada por Deus para edificar a Igreja.
A Religião verdadeira parte para uma  entrega absoluta da experiência da vida com Deus, faz da vida uma experiência completa, de corpo e mente para que sua vida reflita o mais possível a glória de Deus, com Piedade e conhecimento.

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