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A revelação progressiva. Como os homens eram salvos no Antigo Testamento.

Há ainda bastante confusão a respeito de como era efetuada salvação antes da morte de Cristo na Cruz e sua ressurreição.






Ficam,  como que pairando no ar, as seguintes questões:



Se Jesus nem havia nascido como ele poderia salvar?



Se Jesus não salvava, então os homens a si mesmos se salvavam?



Se os homens conseguiam se salvar porque nós hoje não conseguiríamos?



Por que Jesus teve de vir à terra e morrer em nosso lugar?



Alguns acreditam que os homens eram salvos pela estrita obediência a Lei, como se os méritos de algum homem fossem suficientes para isso.

Esta resposta está completamente equivocada. Sabemos que a obediência humana sempre foi imperfeita, parcial e precisava ser aperfeiçoada pelos sacrifícios.



Começamos nossa resposta explicando que a salvação  foi revelada de modo progressivo dentro da Bíblia.
Vamos por partes.




Primeiro lemos o prenúncio, o proto-evangelho.  A palavra proto-evangelho define a primeira comunicação de Deus com os homens em Gênesis 3.15. Esta comunicação foi uma promessa  para um futuro  bem distante em que um descendente da mulher haveria de  triunfar definitivamente sobre o Maligno.



 

  E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 
Gênesis 3.15. 





Temos muito material no AT nos apontando para o evangelho de Cristo. Há também abundante material no NT  explicando  como se aplica as figuras e simbolismo da Antiga na Nova aliança.
Vamos à fonte,  leiamos  Hebreus 9.1-10.



Ora, a primeira aliança tinha regras para a adoração e também um tabernáculo terreno.
[...]
No entanto, somente o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, apenas uma vez por ano, e nunca sem apresentar o sangue do sacrifício, que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados que o povo havia cometido por ignorância.

Dessa forma, o Espírito Santo estava mostrando que ainda não havia sido manifestado o caminho para o Santo dos Santos enquanto ainda permanecia o primeiro tabernáculo.

Isso é uma ilustração para os nossos dias, indicando que as ofertas e os sacrifícios oferecidos não podiam dar ao adorador uma consciência perfeitamente limpa.

Eram apenas prescrições que tratavam de comida e bebida e de várias cerimônias de purificação com água; essas ordenanças exteriores foram impostas até o tempo da nova ordem.




Fica claro aqui neste texto como eram efetuados os sacrifícios que eram oferecidos periodicamente para expiação de pecados. Perceba claramente as palavras destacadas.



 não podiam dar ao adorador uma consciência 
perfeitamente limpa.

Não era possível que a consciência dos que ofereciam sacrifício ficasse plenamente  purificada, pois os pecados continuavam ali, sem a devida punição. A pergunta que fica  era:
Como estes animais poderiam me substituir como oferta pelo pecado, sendo que sou eu o  responsável pelas transgressões? Os animais não tinham nem entendimento do porquê estavam morrendo, nem  seu sangue servia de modo próprio como substituir o sangue humano.

Nenhuma obra, nenhum ritual podia trazer paz perfeita e satisfação perfeita pelo pecado, os homens ainda temiam a condenação divina, apesar dos sacrifícios.




impostas até o tempo da nova ordem.


Eles eram símbolos de uma realidade muito maior que haveria de ser manifestada no devido tempo.
As pessoas percebiam o que estava sendo feito e criam que Deus estava removendo seu pecado através do ritual. Porém Deus não operava ali, nos elementos do sacrifício, mas  operava na eternidade, perdoando os pecados do povo que ofertava o sangue dos animais, com base no sacrifício futuro de Cristo.




A salvação era operada pelo sangue derramado de Jesus, sempre foi assim, mesmo que os homens ainda não entendessem,  embora ainda não lhes fosse perfeitamente revelados.







Lemos mais no preciosíssimo livro de Hebreus:


A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos mesmos. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar.

Se pudesse fazê-lo, não deixariam de ser oferecidos? Pois os adoradores, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais se sentiriam culpados de seus pecados.

Contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados,
pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados.

Por isso, quando Cristo veio ao mundo, disse: "Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; de holocaustos e ofertas pelo pecado não te agradaste".

Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus.

Primeiro ele disse: "Sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado não quiseste, nem deles te agradaste" ( os quais eram feitos conforme a Lei ).

Então acrescentou: "Aqui estou; vim para fazer a tua vontade". Ele cancela o primeiro para estabelecer o segundo.

Pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas.



Vamos ao texto selecionado:



apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir,


A ilustração é clara: Quando vemos a sombra de uma pessoa, fica extremamente difícil de discerni-la,  de identificá-la. Ela está ali, podemos perceber suas formas, mas nada além disto. Assim também o sacrifício, as ofertas, as aspersões,  os movimentos e todo o ritual da Lei eram sombras que mostravam as "formas" e os "contornos" do sacrifício perfeito que viria ocorrer no devido tempo.




é impossível que o sangue de touros 
e bodes tire pecados.

Aqui o autor de Hebreus deixa claro que não eram os sacrifícios de animais no AT que perdoavam pecados. Os animais não tinham méritos suficientes para isso, era preciso algo maior, algo infinitamente maior, um sacrifício puríssimo, perfeito e imaculado para proporcionar a salvação aos homens.




Ele cancela o primeiro para 
estabelecer o segundo.

A manifestação da salvação no Antigo Testamento, o princípio, seu significado e eficácia e modo de execução dentro do  plano de salvação não  foram claramente conhecidos.

Mas no novo tudo se encaixa, tudo se completa e faz sentido.

É preciso compreender o Antigo pelas lentes do Novo Testamento.

Jesus cancelou os antigos símbolos quando completou a obra salvadora , não há mais o que simbolizar a este respeito.

Ninguém fica tentando identificar uma pessoa nas sombras quando  ela própria já está presente.

Não há necessidade de rituais, purificações e sacrifícios quando Cristo já executou sua obra plena e cabalmente na Cruz.





Desta forma, pela análise destes textos destacados, compreendemos que pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas.



Jesus não é o plano B de Deus. O Altíssimo  não se engana com relação aos métodos de salvação, Ele não fez um plano no AT e falhou e depois propôs um plano B para salvar a raça humana. Os crentes de hoje são salvos pelo substitutivo de sangue,  assim como o povo de Israel no AT.


Deus havia planejado a salvação desde a eternidade, ninguém pegou ou pega o Onisciente de surpresa. Seu plano infalível haveria de ser realizado no tempo certo.



 Lemos em 1 Pedro 1.18-20

sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,
mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,
conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós.


Era exigido, arrependimento, fé  e confissão para o povo do AT, assim como  para nós hoje. 
A diferença é que hoje possuímos mais certeza e convicção dos pecados além de ter um relacionamento mais próximo com Deus pela revelação.

Jesus teve de vir à terra para morrer no nosso lugar pois éramos  carentes de um sacrifício perfeito. 
Jesus morre, nos justifica e nos apresenta perdoados ao Pai.
E isso através da fé, que também foi requerida dos antigos.




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