E disse-me o Senhor: Que vês tu, Jeremias? E eu disse: Figos: os figos bons, muito bons e os ruins, muito ruins, que não se podem comer, de ruins que são. Jeremias 24. 3
Entre mentes brilhantes, mentes de espantosa inteligência , pessoas de QI muito elevado, há pessoas infelizes. Muito infelizes. Por quê?
Havia uma nação corrupta, uma nação imoral e injusta, cheia de
subornos, intrigas, devassidões e mentiras. Uma sociedade marcada pelo pecado e
pela idolatria. Não estamos falando de Sodoma e Gomorra, nem da Assíria, não
estamos falando do Egito ou do Líbano. Esta nação depravada era Judá e a
capital deste país pecador é a cidade de Jerusalém.
A terra dos descendentes de Abraão, Moisés e Davi, personagens que
marcaram a história bíblica como homens de fé e intimidade com Deus. Os
descendentes deles estavam moral e espiritualmente corrompidos e foram
considerados dignos de punição e castigo da parte de Deus.
O castigo foi a seca que havia sido uma das consequências da
desobediência de Judá . A visão dos figos lembrava Jeremias disto.
Jeremias , profeta do Senhor recebe uma visão, ele se depara com
um cesto de figos. Deus o interroga:
"O que você vê Jeremias?"
ele responde :
" Vejo um cesto de figos, uns muito bons , outros
ruins, muito ruins."
Deus usa duas cestas de frutas para ilustrar sua mensagem.
Seu povo está dividido em dois estilos de pessoas, duas castas sociais,
dois cestos.
A elite, os dirigentes, a classe abastada, sacerdotes, o rei e
seus príncipes, esta gente, que todos nós poderíamos pensar que eram parte dos
figos melhores, eles de fato faziam parte dos figos ruins.
A gente pobre, o povo simples, os sem instrução eram parte
dos figos bons que seriam poupados.
Os "bons figos" são os que seriam levados para o exílio,
em terra estranha. Seria por meio daqueles que que ocorreria a
restauração do povo de Deus. Até Jesus , nosso Mestre descendeu dentre os
que foram levados em exílio.
Mas a elite intelectual da época seria dizimada. Deus os
trata de figos muito ruins, intragáveis, prontos para serem refugados e jogados
no lixo. Sua riqueza e seu grande conhecimento intelectual não os salvou nem
lhes trouxe felicidade.
Lembro de uma frase dita por um escritor famoso em nossos dias.
"A felicidade em pessoas inteligentes, é das coisas mais
raras que conheço." Ernest Hemingway
Eu amplio o pensamento de Hemingway dizendo que é a
inteligência puramente humana que não traz felicidade, pois a
sabedoria de Deus nos faz plenamente felizes. A iniquidade nos afasta de
Deus e qualquer "inteligência" que nos afaste de Deus é
prejudicial.
A elite judaica estava afastada da intimidade do Senhor, embora
estivesse saturada do conhecimento religioso da época. Esse conhecimento os
enchia de orgulho e de presunção, mas não os afastava da idolatria, da
injustiça, da maldade e da mentira. Era uma casca bela para um fruto podre.
Eram figos e estavam estragados.
A espada, a fome e a peste! Ela os consumiria, eles seriam
arruinados por seus pecados e por sua falta de arrependimento.
Mas também havia figos bons que Deus preservaria, mesmo que estes
figos fossem levados ao exílio, mesmo que fossem retirados de sua amada terra.
O Senhor estava comprometido em os amar e os cuidar, por onde eles
fossem. Nos versículos 5-7, Deus promete restaurar os “bons figos”. Ele
promete dar um coração para que possam conhecê-Lo melhor. Possam
amá-lo melhor e desfrutar da sua bênção.
Por fim os que achavam conhecer a Deus, e se vangloriavam disto,
seriam abatidos, mas os que eram pequenos aos seus olhos, o povo simples, que
nada sabia da religiosidade, estes seriam povo de Deus e aprenderiam a conhecer
o seu salvador. Eram figos bons, Deus disso sabia. Não estavam no cesto dos
figos estragados, eram parte de um país estragado mas não eram pessoas
estragadas.
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